quinta-feira, 25 de novembro de 2010

BOA VIAGEM, BOA VIAGEM

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Sou o peão na rua de terra a ser lançado e as crianças a julgar se não giro o necessário, mas alguém já parou para pensar que esse peão não quer sequer sair do bolso de seu dono? Ele quer continuar abraçado no aconchego da matriz.

Tudo bem, pense o que quiser, diga que o mundo é muito mais do que eu planejo, mas a ferida está aberta, sem remédio, sem meio seio.
Há mais inconsciência que verdade nisso tudo que eu faço e tem gente que me segue como se eu soubesse as respostas. Sou mais incompetente que a droga que me droga, pois não me leva onde eu quero, me leva onde eu tenho que estar.

Ouve, esta ouvindo essa voz? Ela diz para eu seguir o que diz meu coração, eu juro que quando achá-lo perguntarei para onde vou.
Enquanto isso eu sigo no mar sem o barco, sem o vento, se a vela, sem vontade.
Na parede esta toda minha voz que eu considero minha verdade, quem lê saberá, mas isso não publico é só meu, era de um outro alguém, mas esse alguém está muito ocupado conhecendo o que o mundo tem para oferecer.
Cantar? Está ouvindo essa voz? Essa era minha que dizia o que fazer, hoje só me traz tristeza não sei como obedecer, não sei como me achar, nem sei como a luz ainda insiste em iluminar se é na escuridão que eu lamento o meu pensar, e como eu penso.
Veja, está vendo esse mar? Não são as ondas nem a areia que me faz alegrar, mas sim as lembranças de quem um dia eu dividi toda essa solidão, que quase não existia, pois ela cumpriu sua missão.

Não elevou até o céu, ela era o próprio a me chamar eu contava os segundos para poder embarcar.
Veja, esta ouvindo o telefone? Eu sei, está tocando, porém para que vou me atrever se a voz que quero ouvir não virá para eu escutar?
Sim, eu sou a roda que um dia Deus inventou, para mostrar com quantos erros pode se perder um amor, mas não se iluda, não sei mais do que você, eu também preciso de um tempo para poder perder, o meu tempo.
Aí de tanto perceber que eu não sou fácil de domar, nem sou fácil de seguir, o meu Destino Deus deixou a cargo de algum ser clandestino, o Destino tomou conta e fez o que bem quis, fez de mim o paradeiro da busca sem fim.
De um alguém que me conhece, sem ter medo de viver, mas com um inconsciente que deseja o meu corpo para alguém sem cicatriz que me deixa sem um nome, sem sorriso, sem poder, mas é mais do que isso, sem um peito para sentir.

Viu como um beijo é tão mais que um simples sim? É mais do que desejo, é um texto sem saber o seu fim.
Como um livro sem a capa perde todo o seu poder, faz de conta que é livro, mas não passa de um papel que junto com os outros se mistura em um sebo. E se vende por qualquer trocado. Ou se troca por um artigo na importância de um trabalho.
Viu como pessoas se parecem com os livros? Só mais um na estante, que se faz de importante dependendo da ocasião, mas não se preocupe eu sou mais que solidão. Um tanto de desejo, suicida, escravidão.
Está sentindo esse meu cheiro de quem deseja o perdão? Faz de conta que é só um mau cheiro a te incomodar e se afaste antes que o mesmo domine o ar a respirar.
Aquele beijo insiste em me possuir sem saber se me faz bem ou me faz mal, por mais que eu suplico para não lembrar, eu fico por aqui então. Sou eu e a esquiva de enganar, eu e a multidão.
O resto que outro dia era quem eu pensava me da valor, mas esses não sabiam da minha dependência do amor. Nem eu.

Boa viagem, boa viagem.

Bento.

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Um comentário:

Anônimo disse...

aaaah amooor para =x

me ensina a escrever assim ??

=p

Quanto mais suplicamos para não lembrarmos, mas lembramos é assim que é ^^

Todos somos dependentes do amor, seja ele como foor .
sz