segunda-feira, 29 de novembro de 2010

DORINHA E ADALTO

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Vou contar uma história.
Sou péssimo para dar nomes até para gatos, portanto, me desculpem por uma possível estranheza ou desaprovação de tal nomeação.

Dorinha era namorada de Adalto, há tempos Dorinha queria casar, mas Adalto sempre se esquivara do compromisso do matrimônio.
Sempre que Dorinha propunha ou supunha o casamento, Adalto arrumava logo uma desculpa e saia de escanteio.
Por falar em escanteio, Dorinha tentou tocar no assunto quando Adalto assistia o jogo de futebol na sala de sua casa e desta vez ele nem precisou de esquiva, disse sem pestanejar, assim à seco: - Agora não Dorinha, sabe que quando tô vendo o jogo não consigo pensar em outra coisa.

Mas a paixão por futebol - e no caso das mulheres elas acham que estão sendo substituídas pelo time do coração- era apenas um dos defeitos que Adalto tinha que causava cólica em Dorinha.
Adalto falava alto, fazia brincadeira com tudo, fumava, bebia, era um tanto quanto mal educado, além de estar sempre no vermelho quando o assunto era dinheiro.
Dorinha amava Adalto, porém as coisas estavam chegando ao limite para ela. Dorinha resolveu dar um ultimato no namorado: - Ou casa comigo, ou eu vou embora de sua vida!

Adalto conseguiu segurar seu vício de fazer piada com tudo, engoliu à seco ao perceber que Dorinha não estava brincando. Então Adalto resolveu explicar de uma vez por todas o motivo pelo qual não poderiam casar naquele momento: - Dorinha meu amor, sabes que eu a amo mais que o céu, que a terra, posso jurar que a amo mais que posso amar eu mesmo, mas entenda que a gente não pode se casar agora porque...

Adalto ainda explicou que não poderiam casar porque o dinheiro que ele ganhava em seu emprego que ocupava doze horas do seu dia mal dava para pagar as contas dele, que o diga de duas pessoas. Que seria impossível manter uma casa, uma esposa, um possível filho caso fossem contemplados com tal graça, e que não queria vê-la passando por necessidades como ele mesmo já havia passado, mas Dorinha já não estava mais ouvindo, estava lá, na casa de Adalto, na frente de Adalto, em presença, mas em espírito já estava em outro lugar, lá onde mora o rancor, a raiva e entre outros sentimentos que cegam as mulheres e fazem elas tomarem decisões precipitadas. Mulheres são assim, quando querem uma coisa, ou às tem, ou vão em busca em outro lugar ou em busca de outra coisa.

Dorinha então se levanta, sai pela porta da casa de Adalto e nunca mais volta...


Bento.




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2 comentários:

Anônimo disse...

Sinceramente?

Ameeei muito..
Em poucos minutos, você conseguiu fazer eu me prender e imaginar mil e uma situações que poderiam ter acontecido e mesmo assim ainda não imaginei o que realmente você contou, surpreendeu .

"Mulheres são assim, quando querem uma coisa, ou às tem, ou vão em busca em outro lugar ou em busca de outra coisa."

Bela frase, e quando isso acontece a gente reclama que nada dá certo,ou por se sentir incompleta, pq sera ne?
Super inteligente seu texto
Parabens *-*

Luciana Santa Rita disse...

Oi Bento,

Mais uma vez, um conto que apresenta um contexto do cotidiano e propício a inúmeros finais. Quanto a atitude de Dorinha, achei perfeita, pois se não é o mundo dela, razoável que ela salte para outro.

Beijos.

Lu