sábado, 9 de junho de 2012

O PERDEDOR NEM SEMPRE É O MAIS TRISTE, PENA


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Eu tenho alguns ídolos na minha vida. São pessoas nas quais eu me inspiro e me identifico.
Sempre gostei dos mais polêmicos, os mais autênticos. O anti-herói. Os que sofrem no final e depois do fim.
Os que perdem ou acham que vencem, mas perdem. Os dramáticos e solitários.
Abdiquei desde a infância de torcer pelos mocinhos pé no saco e chatos como corrida de São Silvestre.

Digo isso porque após anos, eu na mistificação de tornar o passado fresco - ninguém faz isso de caso pensado, eu não sou diferente disso, adianto - fico pensando sobre como é possível idolatrar uma lembrança. É como assistir um compacto de jogo de futebol e mesmo sabendo o placar final torcer para o atacante perna de pau fazer aquele gol perdido debaixo da trave, ou rezar para que o goleiro pegue aquele pênalti que mexeu o placar. E se sentir maravilhado com o jogo do campeonato passado mesmo com seu time perdendo.

Essas lembranças que me trazem você para perto por reflexo me faz chegar à conclusão que sou seu fã e só não peço autógrafo pelo fato de já ter um, dedicado ao meu nome, com cheiro e coração ainda guardado na caixa de charutos que chamei de "CAIXADE PANDORA DE AMORES FINADOS" num outro texto.

Sou presidente-fundador e único membro do fã clube mais antigo dedicado a você.
Não nego não nego. Busco sim algumas informações sobre sua vida, mas na maioria dos casos são os paparazzi que insistem em me manter informado sobre affaires, festas e aquela coisa toda de ídolos que deixam os fãs satisfeitíssimos de compartilhar.

Em resumo, sou seu fã por tudo que você pôde e pode fazer e eu não. Sou fã de sua beleza e sua liberdade de pensar e agir, não necessariamente nessa mesma ordem.
Sou seu fã por saber enganar-me - e aos paparazzi - tão bem e só deixar vazar notícias felizes. Eu não. Como já citei acima, invariavelmente gosto da dramatização, do final trágico e épico. E isso, claro, é culpa sua. Mas não vou entrar neste mérito.

Prefiro reforçar que tenho em meus ídolos uma inspiração e você definitivamente é a campeã em me inspirar. No intuito de fazer bem a você e mal para mim partindo, me deixou de presente um leque de opções e a força de me levantar da lona após o nocaute. E ainda hoje, sempre que dá o ar da graça - aliás, me pego pensando no último sorriso de meses atrás e não consigo desvendá-lo - sou atirado contra a lona e obrigado a beijá-la, porém me levanto antes do fim da contagem.

E caio, levanto, caio, levanto. Ali no ringue, na disputa de pontos perdi de lavada e continuo caindo e você permanece me vencendo.

Mas para quem ainda não entendeu eu repito pela última vez:
Sempre gostei dos mais polêmicos, os mais autênticos. O anti-herói. Os que sofrem no final e depois do fim.
Os que perdem e acham que vencem, mas perdem. Os dramáticos e solitários.


Bento.

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