quarta-feira, 15 de maio de 2013

AOS JOVENS: TRANSE, META, FODA, FAÇA AMOR, TREPE, VIVA

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A televisão aberta é uma coisa piegas e arcaica. Rezo para uma campanha do governo como "Bolsa TV a cabo" ou algo do gênero. Os programas matinais são todos feitos para mães e pais tão desatualizados quanto a própria política brasileira. Produzidos por velhos do século passado que mais parecem terem saídos de contos de Monteiro Lobato. É muito puritanismo, muita melindragem paternal. E talvez por isso, talvez só por isso exista um imenso abismo entre a juventude e os pais. Por isso, a molecada de hoje se apega a ídolos medíocres da música e de outros tantos meios para lhe dizerem o que fazer.
Uma grande alienação de seres que se apegam a tal puritanismo religioso ou não, para dizer: Aos jovens, não bebam, não fumem, não transe, não use drogas. Apenas estude, trabalhe e obedeça. Também não te parece algo miliciano?

Vejo uma exigência clandestina de pais para com seus filhos que não existe nem neles mesmos. Como exigir algo de alguém quando você mesmo não o faz. Isso me assombra. É uma educação enlatada. Uma educação padronizada forjada por alguém que já foi jovem há muito tempo e sequer se lembra o que é isso. Tudo isso para forjar jovens protótipos de algo que os velhos, os idosos, os semimortos gostariam de ser e não conseguiram, pois estes se corromperam pela música do diabo dos anos 60.  Se deixaram levar pelos cigarrinhos do diabo, o LSD e músicas psicodélicas dos anos 70. Mas não gostam de falar sobre isso.

Esta sociedade Disneylandia que pretendem impor aos garotos desta geração é uma apologia ao desperdício de anos de vida maravilhosos que se perdidos agora, jamais serão recuperados.
Me desculpem os velhos, que me perdoem os pais e os avós desta sociedade falida e corrompida. Que os deuses do puritanismo hipócrita e repressores da juventude me castiguem e façam de minha cabeça um alvo de maldições para toda a eternidade, mas digo aos jovens, com conhecimento de causa. Façam hoje o que não poderão fazer amanhã. Aproveite para romper barreiras e ultrapassar limites de suas mentes e de seus corpos. Fume se quiser fumar, beba se quiser beber. Durma na calçada, vomite nos pés de seus amigos, transe com garotas e garotos em becos escuros. Façam festas proibidas aos adultos. Transe, meta, faça amor, foda, trepe, sempre que puder e com quem vocês acharem que deve. Mate aula, minta aos seus pais. Tenha várias namoradas e namorados. Crie tribos e grupos. Aprendam a tocar guitarra, bateria ou qualquer outro instrumento. Seja um astro do rock mesmo que por quinze minutos. Façam uma tatuagem ou várias. Mande Deus para o inferno se assim quiserem. Prevarique, traia, chore. Jogue bola descalço no asfalto. Toque a campainha do vizinho e saia correndo. Murche o pneu de um carro qualquer na rua. Exploda a caixa do correio de alguém. Arrisque-se. Pinte o cabelo, coloque um piercing, cole na prova. Viva. Independente de qualquer coisa, viva. Antes que você vire um velho, um pai, uma mãe, um avô arcaico, chato, puritano, ultrapassado, sem histórias para contar nas reuniões de família aos domingos e não possa contar aos seus filhos como você aproveitou sua juventude e mesmo assim conseguiu sobreviver a ela.


Bento.

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quinta-feira, 9 de maio de 2013

RECLAMANDO DE BOCA CHEIA

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Eu poderia dizer que já vi esse filme, porém não é verdade. Cada caso é um caso e no meu caso eu fiz tudo exatamente como deveria fazer.

Eu acredito piamente que as pessoas não mudam, elas se adaptam. Se perguntarem para os meus ex-amores saberá. Eu me adaptei. Me aperfeiçoei na arte de amar para não cometer os erros comuns de outrora e posso dizer que fui bem. Digo que fui bem, pois, corro bem menos riscos. Pode parecer clichê, mas a casca deste petrificou-se. Uma garota com parafina nos cabelos um dia me ensinou que o sofrimento faz crescer e fortifica e eu fui um bom aluno.

Mas mesmo eu, que sou meu próprio inspirador, mesmo assim me traio querendo algumas coisas e preferindo algumas coisas que eu nem esperava. Idealizo algo e me vejo desejando outras. Estar feliz ou contente são duas coisas completamente diferentes. Creio que não deve ser diferente com outras pessoas.

Eu já me dei mal. Nossa! Como me dei mal. Reclamei do que não tinha sentido reclamar e já cuspi na cara de quem não merecia. (sorte a minha que já cuspi em muita cara escrota que muito merecia) mas também já cuspi na cara de quem não merecia. Chutei bundas de forma precipitada. Larguei paixões sensacionais por simples estupidez de minha parte. Em alguns casos voltei atrás e claro, me mandaram à merda. Justo.

Se me dissessem, talvez eu não acreditaria, mas vivi tanto isso que posso até lecionar sobre o fato. Todavia posso afirmar sem sombra de dúvida que toda merda que fiz foi com convicção. Merda convicta ainda é merda? Ah, é. Uma grande merda fétida. Pelo menos acredito no que faço.

Quer saber mais em que eu acredito? Acredito em fantasmas, em bruxas. Acredito em Destino, Sorte e na ignorância das pessoas. Acredito no bem e no mal. Tenho uma fé intransponível na morte, mas isso não vem ao caso. O que eu acredito que valha citar nesta hora é: colocar-me em risco, colocar minha felicidade em risco. Castrar-me de sua vida sem ter certeza de nada é correr o risco de errar duas vezes. Talvez seja cacoete de jogador: arrisque-se na mão que ganhará mais, ou que perderá menos. Só que apostou tudo num jogo que ninguém sairá vencedor. Desistiu de jogar quando eu estava apenas aquecendo.

Bem, boa sorte. Nesta eu passo.


Bento.