Eu nem sempre fui assim.
Eu costumava ser paciente com as pessoas.
Eu costumava me mostrar agradável e flexível.
Eu tentava sempre mostrar o lado bom e ver o lado bom.
Eu fazia de conta que não via algumas coisas erradas
só para não criar atrito.
Eu costumava dar a outra face quando estapeado e assim
dar o exemplo.
Eu costumava pedir por dias melhores.
Eu passava horas olhando o céu.
Eu valorizava os olhos azuis, mas em segredo.
Mantinha a esperança e, sobretudo fazia questão de
demonstrar o idealismo, para quem sabe, abrir os olhos de algumas pessoas para
a causa.
Eu dançava e cantava até cansar para poder pegar no
sono.
Eu me modificava para dançar conforme a música.
Eu costumava sonhar e lembrar-me dos sonhos,
acreditava que poderiam se materializar.
Eu costumava ter um pouco mais de açúcar.
Costumava sorrir até do que não devia.
Eu costumava dar valor a quem não merecia, quem
merecia, e quem sequer tinha valor.
Eu costumava mentir para não magoar.
Eu costumava experimentar mais.
Eu gostava de falar mais, de ouvir mais.
Eu preciso acostumar-me com a ideia de que talvez em
algum lugar, em algum momento...
Eu me perdi.
Bento.
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Um comentário:
Ele ainda pode voltar...
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