sábado, 23 de julho de 2011

QUEM PARTIU FUI EU.

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Se eu lembro mudo de caminho para tentar esquecer e me pego fazendo o caminho antigo em minha mente só para poder ter uma desculpa para lembrar.

Penso como seria se conhecesse minhas novas amizades e o que acharia delas, se dariam bem ou não.

Penso no que diria sobre minhas roupas novas, emprego novo, sorriso novo, e se permaneceria com sua mania de me criticar através de seu vocabulário diferente do meu.

Passo os olhos na lua e penso que ela é tão mais sortuda que eu, pois pode saudá-la mesmo de longe.

Penso em quais soluções daria aos problemas novos.

Penso em suas tentativas de realizar meus desejos mais impossíveis e que às vezes não dava atenção aos mais simples.

Penso se aprovaria as mudanças, novas características e personalidade.

Pensando e refletindo percebo que me pareço mais com você do que comigo mesmo.

Quem partiu fui eu, você está aqui ó...


Bento.

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segunda-feira, 18 de julho de 2011

DIA DE FOLGA

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Durante todo o ano tenho feito alguns desabafos sobre desejos, medos e situações.
Abro aqui meu coração para descarregar minha mente das palavras embaralhadas juntando-as como um quebra-cabeça que talvez depois de completo eu mesmo possa entender finalmente toda essa teoria da vida. O fato de haver alguém que se identifica com essas doses de loucuras é puramente coincidência.
Mas hoje não farei isso, hoje usarei palavras alheias que traduz um ano inteiro de tentativas minhas tal a genialidade do autor.

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De tarde quero descansar
Chegar até a praia e ver
Se o vento ainda esta forte
E vai ser bom subir nas pedras
Sei que faço isso pra esquecer
Eu deixo a onda me acertar
E o vento vai levando
Tudo embora...
Agora está tão longe
Ver a linha do horizonte me distrai
Dos nossos planos é que tenho mais saudade
Quando olhávamos juntos
Na mesma direção
Aonde está você agora
Alem de aqui dentro de mim...
Agimos certo sem querer
Foi só o tempo que errou
Vai ser difícil sem você
Porque você esta comigo
O tempo todo
E quando vejo o mar
Existe algo que diz
Que a vida continua
E se entregar é uma bobagem...
Já que você não está aqui
O que posso fazer
É cuidar de mim
Quero ser feliz ao menos,
Lembra que o plano
Era ficarmos bem...
Eieieieiei!
Olha só o que eu achei
Humrun
Cavalos-marinhos...
Sei que faço isso
Pra esquecer
Eu deixo a onda me acertar
E o vento vai levando
Tudo embora... (Vento no Litoral - Renato Russo).

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E no meu aniversário o desejo de felicidades vai para quem sempre passar por aqui, mesmo que calado absorve o que lhe convém.

“Quero que haja sempre uma cerveja em sua mão e que esteja ao seu lado seu grande amor.” (Tempo Ruim – Matanza).

Bento.

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quarta-feira, 13 de julho de 2011

O AMOR MORREU.

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Amar o passado não quer dizer que ama o presente e o futuro. Ama-se pelo que viveu e não pode revivê-lo, ama o que tinha e não tem mais, depois que acabou nunca mais será como antes, acabou e pronto.

Não tem remédio, tudo mudou. Os dias, a estação, o ano mudaram junto com a personalidade e o sentimento, logo ama-se o que não existe.

Somos todos saudosistas de relações mal acabadas.

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Janio não conseguia se entregar a nenhum amor, comparava cada pedaço de pele de todas as mulheres que possuía com seu ex-amor. Das orelhas aos pés.

As lingeries, as meias, o sorriso e até as gengivas.

Carente decidiu fazer o que todo homem faz, tentar o maior numero de transas possíveis.

Cansou de tentar se entregar a alguém e já não fazia questão de sexo, de beijos, simplesmente parou. Parou de se esforçar.

Janio queria que o futuro fosse como o passado, sendo assim, não tem nem passado e nem futuro.

Por já saber que algo estava errado e não tinha nada que ele poderia fazer para mudar o destino passou a não fazer questão de flertar com nenhuma outra mulher, todas as suas relações partiam da iniciativa feminina.

Jânio não queria a responsabilidade de fazer promessas que ele não poderia cumprir.


Bento.

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domingo, 10 de julho de 2011

PESSOAS EQUILIBRADAS.

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Ao fim de um relacionamento é necessário para e pensar, como fazer um balanço sobre o que foi bom, o que foi ruim e porque do término.
Fazendo isso você mostrará que é uma pessoa equilibrada, que preserva para si um momento de reflexão para que faça do futuro algo melhor. Isso é para pessoas equilibradas.

Para os outros 99% que são desequilibrados é normal que você queira sair por aí tentando provar para si mesmo e para todos os outros que você pode ser feliz sozinho sim.
Você nasceu grudado, mas pode tranquilamente morrer sozinho.
Você é autossuficiente.
Não precisa de atenção, ele é que perdeu a SUA, ela que perdeu seu afeto e carinho que é muito mais importante e insubstituível.

Ora, aquelas posições na hora do sexo que pareciam absurdas para a mulher abandonada agora é regra em sua cartilha sexual. Prova-se que foi falta de estimulo dele e não falta de cooperação dela.
Aquela vaidade que faltava no homem abandonado não existe mais, ele vai ao shopping sozinho, passa horas e horas namorando vitrines, experimentando calças jeans e estoura o cartão de credito com roupas novas, por que ele não era relaxado, é que ele perdia muito do seu tempo tentando agradá-la e não tinha tempo para si mesmo.

Aqueles livros que ela não havia lido já ganharam uma estante nova em sua sala e ela já entrou em grupos de debates, pois não é que ela não se interessava por política, é que naquele momento ela precisava focar em outras coisas.
Ele agora troca as tardes de futebol na TV para andar de bicicleta no parque Ibirapuera com os amigos, pois não era que ele deixava tudo de lado pelo futebol, era ela que não propunha algo novo para ajudar a passar o tempo.

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Toda mudança na rotina gera confusão em nosso monótono mundo, é assim que as coisas são. Tentar lhe dar com as mudanças é como reaprender a andar, primeiro engatinha, depois começa a andar e logo o primeiro tombo nos faz lembrar que não podemos sair ilesos de qualquer aprendizado.

Caindo, caindo, caindo até que você consegue um passo depois do outro e nem pronunciamos a primeira palavra ainda.
Somos todos crianças aprendendo a lidar com a perda do brinquedo favorito.

Bento.

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domingo, 3 de julho de 2011

ESCREVENDO CARTAS

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Sempre fico atento com as frases postadas nas redes sociais porque elas refletem exatamente as ansiedades, os medos e os perjúrios dos locatários dessas lascas de dor escrita.

Reparei também que elas possuem validade, sei disso, pois algumas frases que colhi e até mesmo as que criei mudam de sentido com seu estado de espírito e grau de solidão.

Quem nunca recebeu um e-mail com um texto romântico e achou piegas no momento em que leu? Saiba que o mesmo texto pode te fazer chorar numa possível fossa futura, afinal essa é a magia dos textos e dos poetas. Fazer com que pareça que cada letra foi dedicada a ti. Quem não quer ser musa ou muso no momento de carência? No momento que fomos abdicados de todo afeto e importância de outrora.

Por isso um texto nunca envelhece.

Ah! Mas quem dera se o amor fosse assim, quem dera se os diminutivos e apelidos melosos fossem mantidos até depois da rotina, talvez não houvesse a própria.

Mas note que você pode usar quantas frases quiser, do poeta que escolher. Nem Shakespeare poderia ser tão singelo, tão intimista, e tão verdadeiro quanto você num momento de perda.

Aprendi isso com uma antiga namorada que nunca se contentava com as letras de músicas que dedicava a ela.
Ela queria mais, ignorava minha voz, ela queria mesmo era ouvir minhas entranhas.

Ela queria palavras soltas mesmo que sem sentido para que pudesse colocá-las em ordem como um quebra-cabeça.

Ela não queria a obrigação da rima.

Ela queria erros de português, seu coração batia mais forte ao ver o rabisco da caneta Bic provando que houve dúvidas na tentativa de demonstrar o tamanho do amor.

O rabisco é a tentativa de agradá-la ainda mais. E quanto mais rabiscos mais amor, pois o amor não pode ser passado a limpo.

E amor sem dúvidas não é amor, sem medo não é amor.


Bento.

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