Não espere de mim a
simplicidade de um jogo de damas, pois, estou bem mais para a complexidade do
xadrez. Nunca tomo atitudes esperadas, nem por ninguém, muito menos por mim.
Surpreendo mesmo meu inconsciente e nem sempre é por querer. Digo: nunca, quase
nunca é por querer. Quem quer isso?
Não. Não espere
genialidade em todas as minhas atitudes e frases. Seria tão chato. Sem falar
que é uma responsabilidade da qual eu não posso arcar.
Assim como eu digo
para não esperar uma santidade cega deste que vos fala, apesar do nome,
garanto, não espere tão somente pecado, pois, até na maldade existe uma ponta
de bondade. O bem e o mal caminham lado a lado esperando a distinção de cada
olhar.
O que quero dizer com
isso é que minha falta de atitude doeu mais em mim que em ti. Mas foi por você.
Garanto-lhe que foi por você. Me responsabilizo sim. Só que meu erro foi por
excesso de responsabilidade. Uma vontade incrível de acertar. Não poderia eu,
causar-lhe mais dor que você já passara. Excesso de zelo? Você tem o direito de
causar dor a si mesma. Eu não. Dito isso, jamais quis dividir minha atenção com
mais ninguém. Haveria então, dela ser só sua, somente sua. Toda ela, por
completo, talvez até com um certo excesso. Ontem não era possível porque eu não
resisto ao vício de fazer uma cagada com as pessoas que eu gosto.
Entendo, entendo. Vou
entender se tender acreditar no meu pior lado. Isso porque a fama precede o
indivíduo. E nossos feitos dignos de orgulho só são lembrados após a morte.
Você pode beber do popularesco e argumentar que de boa intenção o inferno está
cheio e eu vou concordar, já estive lá. No entanto, se duvida de minha vontade
olhe em meus olhos, que não são tão belos como os seus, mas falarão por mim.
Ele a segue onde quer que vá. Se delicia deslizando de seus cabelos até suas
pernas finas. Passa pela sua barriga até suas orelhas. Inveja seus lábios que
estão sempre tocando-se ao invés de tocar os meus. É bem curioso que, eu tenho
um trauma antigo com a cor vermelha, mas sonho com aquele batom até hoje. E se
você pôde me curar deste trauma, o que não fará com os outros? Então, estes
mesmos olhos que te seguem me fazem lembrar um garoto malabares vislumbrando a
atenção dos motoristas parados no farol. Então eu te pergunto: você pode, por
obséquio, abrir está maldita janela para eu entrar?
Bento.
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