Existe uma coisa sobre as mulheres que todos nós, homens,
devemos saber; elas costumam acreditar nas coisas mais mirabolantes e mais
inacreditáveis que possamos imaginar. Quando elas estão apaixonadas é possível
sem muito esforço convencê-las sobre tudo, pois elas estão propensas a
acreditar em tudo que saia da sua boca, até os sentimentos findarem. Quando
seus sentimentos se esvaem elas acreditam em tudo, em apocalipses zumbi, E.Ts,
no Diabo, menos em você, pois você é a imagem de tudo que elas abominam. Ainda
tem aquela garota que você acaba de conhecer e ela foi com a sua cara, esta
sequer vai pensar que você seria capaz de enganá-la, veja como são essas
mulheres.
Já os homens não se apegam muito ao que é mentira ou não,
certo ou errado. De fato, o que ele precisa é ter você nua na frente dele, o
resto ele só vai pensar depois. Não existe bicho mais desapegado que o homem.
Eu diria até que o homem quando quer transar é um exemplo para nossa sociedade.
Ele é desapegado a dinheiro, não tem preconceitos, não liga se você tem todos
os dentes ou se comunica corretamente, neste momento ele quer apenas transar e
pronto. Se perguntar para qualquer homem ele vai te confirmar que existe uma dezena
de garotas que ele comeu sem sequer se dar ao trabalho de perguntar o nome e se
perguntou não lembra. Tão desapegado o homem que é enganado e nem se dá conta.
Mas até então ele não está ligando, engane-o, porém chupe-o.
Chato é o corno. Esse passa a desacreditar de qualquer
coisa. Todo homem que é muito desconfiado pode apostar, é corno. Ou foi, ou é,
ou será, afinal já viu pretendente melhor pra corno que o desconfiado? Aquele
indivíduo que segue a mulher em tudo quanto é lugar, pesquisa amizades, priva a
moça de tudo que é coisa e no final vira corno, claro. Mulher presa é igual
cachorro no cio, a primeira oportunidade que tem de escapar foge.
O corno é tão desconfiado que deixa de lado até os amigos
por medo de ser traído, o que ele não sabe é que amigo dificilmente trai, quem
trai é a mulher, com um desconhecido qualquer porque é mais excitante. Quem leu
Nelson Rodrigues pode dizer melhor.
Entre tantas mentiras poligâmicas criei uma teoria há tempos
que nunca mais repeti com exceção de hoje: daqui há vinte ou trinta anos
monogamia será coisa fora de moda, bem como discman, bandas com calças coloridas
e sertanejo universitário. Com o tempo cada vez mais escasso e a globalização
será impossível manter um relacionamento com uma só pessoa. Serão
relacionamentos Express, deliveres, como as bicicletas públicas espalhadas no
centro de São Paulo, pegue aqui e devolva ali. Seremos todos acompanhantes
momentâneos uns dos outros. Na época de internet e smartphones alianças de
compromissos serão coisas de avós, pieguice.
Antes que me critiquem por minha teoria quero dizer que
somos seres egoístas porque é de nossa natureza. É uma coisa de sobrevivência,
instinto animal e não se pode fugir disso, antes de sermos humanos somos
animais, não mais que isso. Relacionamos-nos apenas porque é de extrema
necessidade, como comer, beber e cagar, transar também é uma necessidade e se
pudéssemos fazer isso sem trocar uma palavra sequer com a outra pessoa pode ter
certeza que faríamos, no entanto também é de nossa natureza forjar uma
aparência de que somos sociáveis, racionais e que nos importamos com os
sentimentos alheios antes do nosso. Vivemos de aparências como os animais
silvestres vivem da caça. Somos caçadores de egos, de libido, matamos alguns
instintos, mas outros nós apenas mascaramos.
Eu conheci uma garota uma vez que era uma leoa, indomável,
rebelde, independente, ou seja: chata pra caralho, mas de uma chatice
esplendida, uma chatice que me esfregava na cara minha incompetência em domá-la
e nós seres racionais nunca nos demos bem com o fracasso, nós temos dessas
coisas. Eu citei este caso, pois mesmo que eu tenha adquirido uma vontade
enorme de conquistá-la e uma libido impar sem sucesso, eu consigo viver bem com
isso. É claro que uma vez ou outra me vem uma lembrança, que geram um conto ou
outro, porém não vou morrer por isso. Os trinta cigarros diários, as dezenas de
latas de cervejas semanais, as garrafas de destilados podem vir a me matar e
matarão, mas não isso.
Não isso, pois ninguém morre de amor. Quem vos fala sou eu,
um romântico incurável que já sofreu de amor durante anos a fio. Ninguém morre
de amor, as pessoas fingem, romantizam sobre seus sentimentos, no entanto não
passa de puro e simples egoísmo. Dizem o que gostariam de sentir, mas não sentem.
O amor num todo é egoísta, só se ama o que nos faz bem, só amamos o que nos
deixa no ápice do tesão e eu não estou falando só de tesão sexual e sofremos
quando perdemos esse gatilho de valorização de nossos sentimentos. Só nos
importamos com quem nos faz bem e não por amor. Caso o amor não fosse egoísta
ele jamais acabaria, seria eterno e independente de reciprocidade.
Nós não amamos ninguém mais que nós mesmos e morrer de amor
é morrer de egoísmo. Vai morrer de amor? Claro que não, não é do indivíduo que
sentimos falta e sim dos momentos de
êxtase, de alegria e do melhor sexo de nossas vidas até o momento e pode ser
que nunca mais encontre algo parecido e aí dizem que morrerão de amor. Morre-se
pela falta. Morre-se pela perda, pelo passado prazeroso. O que nós nunca nos
damos conta é que o segredo para não sofrer de amor é não sofrer de amor. É não
sentir falta, pois não existe nada mais passageiro que a felicidade. A coisa
que te deixaria mais feliz ontem seria uma cerveja gelada no meio do
expediente, hoje você tem a tal cerveja e tem um outro desejo de felicidade,
pois ontem já passou, assim como seus desejos. Somos todos egoístas e
mentirosos com um medo enorme de sermos descobertos na mentira.
Bento.
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