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Tenho algumas particularidades em um monte de coisas, gosto é que nem... mas me sinto um exagero descontrolado.
Enquanto o Brasil prefere bunda, eu adoro peitos, nada como uma gostosa, aquelas que passam na rua e os pedreiros de plantão logo à elegem a nova miss calçada ou miss obra, com o inconfundível “fiu fiu” orquestrado com maestria pelos lábios contraídos formando o assovio seguido do gênesis das cantadas: - Ô G O S T O S A!!
Assim mesmo, pausadamente. Quanto mais tempo o “gostosa” se estende, mais fica claro o tamanho da satisfação. Depois do gostosa vem o "delícia", mas esse já é mais contemporâneo.
Eu nunca fui adepto do gostosa, pelo menos não como a maioria, sempre preferi as magras. Gostosa não é pesar a quantidade de carne que há na mulher assim como um açougueiro pesa a mistura do domingo. Como um cachorro de rua eu me apego aos ossos saltando na cintura, já percebeu como as magras ficam bem em qualquer figurino?
Outra discrepância sobre o gosto da maioria é exatamente o figurino, a maior parte dos homens valoriza o menor volume de roupa, isso porque pouco se repara no que a mulher está vestindo, mas sim em como ela ficará sem nada. Claro que eu também imagino isso, é natural, porém aos meus olhos, são de extrema importância e dou muito valor ao que vai ser tirado por minhas mãos.
Todos os homens são apaixonados por saltos, eu valorizo as Havaianas.
Poucas mulheres ficam bem de salto alto, sem falar nas que não sabem andar com eles, já a mulher que fica bem de calça jeans e Havaianas fica bem com qualquer coisa.
Dou valor ao dia-a-dia, a roupa para ir ao mercado, ao banco de manhã, despretensiosas como se tivessem pego a primeira roupa que veio à mão, na verdade, ficaram horas e horas para combinar a cor do chinelo, com a blusa regata, o colar ideal, o cabelo preso milimetricamente deixando à mostra o pescoço fino e a tatuagem na nuca, o óculos escuro para coroar o modelito e pronto.
Não há salto alto, meias ¾, ou o que quer que seja que consiga vencer a sensualidade do chinelo Havaianas e calça jeans. É como o vestibular, a mulher só passa no teste se conseguir ficar bem com tal vestimenta, se isso acontecer, ela ficará bem em qualquer outro pedaço de pano, até mesmo com sua camisa velha daquela banda dos anos 80 que você emprestou para que ela pudesse dormir ao seu lado.
Bento.
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sexta-feira, 29 de outubro de 2010
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
ALGUMAS COISAS MUDAM, OUTRAS NÃO.
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É verdade eu precisava mudar, então eu mudei.
Mudei de casa, mudei meus pensamentos. Minha dependência já não existe mais, mudei as coisas que eu dizia. Prometi mudar.
Mudei a forma de pensar. Meus pensamentos ainda são os mesmos, mudei de amizades, a marca do cigarro eu mudei.
Mudei de palavrões. Agora são poucos e mais fortes, mudei de impaciente para intolerante.
Mudei de costumes, mudei de ônibus, de estação, sai do verão fui para o inverno.
Mudei de banco, o jeito de andar ainda é o mesmo. Mudei foi o rumo. Agora ando mais devagar prestando atenção à minha volta, me perdendo em pensamentos.
Caminhar sempre me ajudou, eu é que nunca dei valor. Agora percebi e ando...
Caminhando percebi que as coisas também mudaram, os prédios mudaram, o poste foi para baixo da terra, a rachadura da calçada aumentou.
O vaso de planta teve que ser mudado por um outro maior, ela está crescendo, amadurecendo, veja que até as plantas mudam.
Veja que até as plantas amadurecem.
O cachorro mudou o pêlo, se foram as pulgas, vieram novas.
O gato mudou de telhado e trocou as unhas, o passarinho mudou de penas e de cor.
Morreu alguém mais importante e mudou-se o nome da rua, mudou a penumbra e sobrou escuridão.
Mudou a sola do sapato num ótimo trabalho do sapateiro, mudou o emprego ficou o salário ainda há vagas.
Mudou o peito, mudou o inquilino ficaram os móveis dispensáveis. Vieram novos.
Eu mudei os planos, mudei o canal, mas o gosto continua o mesmo e não estou falando de sabor.
Mudei por você, não mudou por mim.
Alguém quebrou a corrente, e não fui eu.
Bento.
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É verdade eu precisava mudar, então eu mudei.
Mudei de casa, mudei meus pensamentos. Minha dependência já não existe mais, mudei as coisas que eu dizia. Prometi mudar.
Mudei a forma de pensar. Meus pensamentos ainda são os mesmos, mudei de amizades, a marca do cigarro eu mudei.
Mudei de palavrões. Agora são poucos e mais fortes, mudei de impaciente para intolerante.
Mudei de costumes, mudei de ônibus, de estação, sai do verão fui para o inverno.
Mudei de banco, o jeito de andar ainda é o mesmo. Mudei foi o rumo. Agora ando mais devagar prestando atenção à minha volta, me perdendo em pensamentos.
Caminhar sempre me ajudou, eu é que nunca dei valor. Agora percebi e ando...
Caminhando percebi que as coisas também mudaram, os prédios mudaram, o poste foi para baixo da terra, a rachadura da calçada aumentou.
O vaso de planta teve que ser mudado por um outro maior, ela está crescendo, amadurecendo, veja que até as plantas mudam.
Veja que até as plantas amadurecem.
O cachorro mudou o pêlo, se foram as pulgas, vieram novas.
O gato mudou de telhado e trocou as unhas, o passarinho mudou de penas e de cor.
Morreu alguém mais importante e mudou-se o nome da rua, mudou a penumbra e sobrou escuridão.
Mudou a sola do sapato num ótimo trabalho do sapateiro, mudou o emprego ficou o salário ainda há vagas.
Mudou o peito, mudou o inquilino ficaram os móveis dispensáveis. Vieram novos.
Eu mudei os planos, mudei o canal, mas o gosto continua o mesmo e não estou falando de sabor.
Mudei por você, não mudou por mim.
Alguém quebrou a corrente, e não fui eu.
Bento.
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terça-feira, 26 de outubro de 2010
VOCÊ PODE ME DOAR UM POUCO DO MEU TEMPO?
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Eu sou meu pior inimigo, eu minto para mim mesmo.
Eu mesmo me passo rasteiras, faço questão de me desmoralizar publicamente.
Eu mesmo me enveneno, acabo com minha saúde.
Me torturo com palavras sinceras e espalho aos quatro ventos meus piores segredos.
Retiro de mim as coisas mais prazerosas, como castigo de mãe quando somos pegos fazendo algo errado. Eu sou meu próprio filho mal educado.
Eu me renego, me isolo e me trato com indiferença na frente dos amigos.
Me amo, mas faço questão de esconder e finjo me odiar.
Finjo que nem me conheço para não passar vergonha, e me trato com desdém.
Tenho preconceito comigo mesmo, finjo que não estou prestando atenção no que estou dizendo.
Me desprezo ao me olhar no espelho e nunca estou ao meu lado quando preciso.
Sou interesseiro comigo mesmo, ao me magoar nem peço desculpas.
Me maltrato só para exercer a minha autoridade.
Faço promessas para mim e nunca às cumpro.
Arrumo amantes e sou infiel comigo só para mostrar que não sou dependente de mim.
Finjo esquecer as datas comemorativas e nunca me dou parabéns, não quero comemorar.
Muitas vezes me deixo em casa e saio na noite sozinho como castigo, vivo dando um tempo de mim mesmo.
Eu não me noto, não reparo nas mudanças singelas como corte de cabelo ou roupas novas.
Não me apoio nas crises existenciais, nem nos problemas afetivos ou profissionais.
Não me olho com desejo.
Não me faço serenata, não me dou presentes sem datas.
Não me mando flores.
Não faço nada por mim, porque todo o meu tempo é dedicado a você.
Bento.
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quinta-feira, 21 de outubro de 2010
ESTAMOS EM REFORMA PARA MELHOR ATENDÊ-LOS
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Texto exibido na Coluna Fala Bento! na worknet.
Andando por aí me deparei com uma placa com o seguinte dizer: “Estamos em reforma para melhor atendê-los”. Achei genial.
Já parou para pensar que nós aplicamos isso nas nossas vidas também?
Eu estou falando de recomeços, olha em volta e veja como nos reinventamos diariamente, quando somos largados, deixados de lado, abandonados por quem amamos, quando tomamos aquele famoso “Pé na Bunda”, a primeira coisa que pensamos é em nos demolir, e realmente nos demolimos. Depois pensamos num projeto de reconstrução, colocamos esse projeto num papel como uma planta e começamos a reconstrução.
Mudamos de amizades, resgatamos algumas amizades deixadas de lado, mudamos de corte de cabelo, renovamos o guarda roupa, baladas novas ou diferentes, fazemos algum curso de seis meses só para nos ocupar, viajamos para lugares que ainda não conhecemos, nos reinventamos totalmente. Acontece com todo mundo.
Fazemos de tudo para afastar as lembranças, provar que somos melhores do que isso, e que estamos muito bem sozinhos, obrigado.
Porém, com toda reforma vem estresse, bagunça, sujeira, incomodo. Toda reforma gera perdas e ganhos, nos modificamos como a um mutante, é impossível permanecermos os mesmos depois de sofrermos por algo ou alguém.
Mudamos até o caminho de casa para não lembrar da antiga companhia.
Aquela rádio que você ouvia todo dia incomoda pelo fato de tocar aquelas mesmas musicas que ouviam juntos, logo você muda de rádio, você muda até de gênero musical.
Aquela roupa que ela ou ele adorava te ver com ela, você doa, rasga, poe fogo, e nunca mais compra se quer algo parecido com aquilo, você muda até de estilo, melhor andar fora de moda do que lembrar.
Aquele livro que você ganhou de presente dele ou dela e que você estava prestes a terminá-lo você jamais saberá o final, afinal, para que terminar de ler se você não tem mais ninguém para comentar sobre ele.
E aquele passeio que planejam fazer juntos, naquele parque, deseja que nunca mais passe nem perto e se passar fechará os olhos até que o destino fique para trás. Se não for com a companhia que você queria para quê ir? Você muda de endereços.
Até o jeito que você falava, as gírias e vícios você se esforça para perder, pois, qualquer palavra dita com certa ênfase te faz lembrar, então você muda mais uma coisa em você.
Os dias passam e você vive encontrando aquelas pessoas desavisadas que insistem em perguntar daquela pessoa, e você com um sorriso amarelo tenta disfarçar e ser o mais educado possível, fingindo não sentir mais nada, mas você lembra e vai lembrar o dia todo, a semana toda, logo agora que faziam alguns dias que você não lembrava. Então você muda de amigos, só para não ouvir mais os comentários.
O pior é mudar de personalidade, você que vivia sorrindo fazendo piadas parece seu bisavô ex combatente de guerra que vive de mal humor e acha que tudo que as pessoas dizem e fazem é para te enganar e te estressar, ou você era um sujeito tímido e agora vive falando com todos querendo ser o mais popular possível, é a vontade de aparecer.
Mas as pessoas não mudam nunca. Logo essa reforma acaba, e vemos no momento da inauguração que tudo estará como sempre, apenas alguns azulejos novos.
Bento.
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Texto exibido na Coluna Fala Bento! na worknet.
Andando por aí me deparei com uma placa com o seguinte dizer: “Estamos em reforma para melhor atendê-los”. Achei genial.
Já parou para pensar que nós aplicamos isso nas nossas vidas também?
Eu estou falando de recomeços, olha em volta e veja como nos reinventamos diariamente, quando somos largados, deixados de lado, abandonados por quem amamos, quando tomamos aquele famoso “Pé na Bunda”, a primeira coisa que pensamos é em nos demolir, e realmente nos demolimos. Depois pensamos num projeto de reconstrução, colocamos esse projeto num papel como uma planta e começamos a reconstrução.
Mudamos de amizades, resgatamos algumas amizades deixadas de lado, mudamos de corte de cabelo, renovamos o guarda roupa, baladas novas ou diferentes, fazemos algum curso de seis meses só para nos ocupar, viajamos para lugares que ainda não conhecemos, nos reinventamos totalmente. Acontece com todo mundo.
Fazemos de tudo para afastar as lembranças, provar que somos melhores do que isso, e que estamos muito bem sozinhos, obrigado.
Porém, com toda reforma vem estresse, bagunça, sujeira, incomodo. Toda reforma gera perdas e ganhos, nos modificamos como a um mutante, é impossível permanecermos os mesmos depois de sofrermos por algo ou alguém.
Mudamos até o caminho de casa para não lembrar da antiga companhia.
Aquela rádio que você ouvia todo dia incomoda pelo fato de tocar aquelas mesmas musicas que ouviam juntos, logo você muda de rádio, você muda até de gênero musical.
Aquela roupa que ela ou ele adorava te ver com ela, você doa, rasga, poe fogo, e nunca mais compra se quer algo parecido com aquilo, você muda até de estilo, melhor andar fora de moda do que lembrar.
Aquele livro que você ganhou de presente dele ou dela e que você estava prestes a terminá-lo você jamais saberá o final, afinal, para que terminar de ler se você não tem mais ninguém para comentar sobre ele.
E aquele passeio que planejam fazer juntos, naquele parque, deseja que nunca mais passe nem perto e se passar fechará os olhos até que o destino fique para trás. Se não for com a companhia que você queria para quê ir? Você muda de endereços.
Até o jeito que você falava, as gírias e vícios você se esforça para perder, pois, qualquer palavra dita com certa ênfase te faz lembrar, então você muda mais uma coisa em você.
Os dias passam e você vive encontrando aquelas pessoas desavisadas que insistem em perguntar daquela pessoa, e você com um sorriso amarelo tenta disfarçar e ser o mais educado possível, fingindo não sentir mais nada, mas você lembra e vai lembrar o dia todo, a semana toda, logo agora que faziam alguns dias que você não lembrava. Então você muda de amigos, só para não ouvir mais os comentários.
O pior é mudar de personalidade, você que vivia sorrindo fazendo piadas parece seu bisavô ex combatente de guerra que vive de mal humor e acha que tudo que as pessoas dizem e fazem é para te enganar e te estressar, ou você era um sujeito tímido e agora vive falando com todos querendo ser o mais popular possível, é a vontade de aparecer.
Mas as pessoas não mudam nunca. Logo essa reforma acaba, e vemos no momento da inauguração que tudo estará como sempre, apenas alguns azulejos novos.
Bento.
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quarta-feira, 20 de outubro de 2010
ME ESPERE UM SEGUNDO MAIS
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Bento.
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Cansada de telefonar ela decide ir até lá.
Toca a campainha a primeira vez e repassa rapidamente em sua mente o que vai dizer.
Ele imagina que pode ser ela a tocar a campainha e hesita em atender.
Ela percebe que se perdeu no tempo ao repassar as desculpas: Mas que demora! Toca outra vez.
Ele agora tem quase certeza que é ela, mas como saber? Se tentar olhar pela janela ela notará que ele está em casa e ele não quer brigar mais, está cansado.
Ela percebe que talvez ele não atenda e o desespero vem junto com o medo, ela não quer brigar mais, está cansada só queria pedir desculpas e quem sabe um pedido de desculpas dele, seria bom.
Tenta a terceira vez. Din-don. Dessa vez ele vai atender...
Ele duvida que seja ela, pois é orgulhosa demais para ir até lá, mas no fundo ele adoraria que fosse ela para poder abraçá-la e pedir desculpas.
Ela senta na calçada, não pode sair dali sem dizer o que é preciso. Precisa derramar as palavras na concha de suas orelhas, parindo as frases do ventre de seu peito, quer desabafar. Tem a ideia de escrever uma carta e deixar na caixa de correio.
Ele já está na porta. A fome de seus beijos é maior, chega a roncar o estômago de seu coração na ânsia de alimentar aquele desejo. Abre a porta e vê a cena que jamais sairá de sua mente nem em quinhentos anos. Ela ali, sentada com os olhos mergulhados em lágrimas como uma criança perdida.
Ela guardará essa desfeita por toda a eternidade, percebe que ele está às suas costas, se levanta e todas as palavras fogem como um bandido.
Ele que sempre tem algo a dizer prefere se calar.
Eles se abraçam e naquele momento são felizes como nunca, pois só isso basta. Só o amor basta.
O resto se resolve, é negociável. Isso é o que eles pensavam...
Ensine-me a me calar. Um gesto é tão mais prazeroso que qualquer coisa que eu possa dizer.
Bento.
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segunda-feira, 18 de outubro de 2010
Muita Calma Nessa Hora (Restart, Cine, Nx Zero, Luan Santana e Afins)
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Muita calma nessa hora I
Eu tenho tempo suficiente nesse mundão para saber que tudo é passageiro.
Começo a buscar na memória e a primeira moda de que me lembro foi Charlie Brown Jr. Era a “Onda” do momento, todos começavam a “descobrir” o skate, inclusive eu, e ouvir CBJr em todo canto. E os Roqueiros mais tradicionais odiavam tudo aquilo, pois diziam não haver rock sem cabelos longos e calças apertadas. Os cabelos raspados, as calças largas e camisetas gigantes era uma afronta aos Deuses do Rock dos anos 60, 70 e até mesmo a rebeldia dos anos 80 e começo de 90.
Falando de anos 70, foi quando surgiu a “Onda Colorida” que causa tanta discórdia hoje, porém, hoje sem a nudez, sem as drogas e as ideologias.
Confesso que conheço bem pouco das musicas dessas bandas de hoje, por falta de tempo não posso dizer que “conheço” Restart, Cine, e etc. Com exceção de uma ou duas musicas que ouvi no radio.
Então seria injusto julgá-los por isso, mas o que quero dizer aqui é que acredito que noventa por cento das pessoas que ouço criticar essas bandas tem o mesmo grau de conhecimento que eu.
E todos sabemos que a maiorias das pessoas não fazem muita cerimônia para julgar nada, julgar é tão fácil, tão bom criticar, sabemos que criticar é mais fácil que elogiar, pois elogiar acarreta em compromisso, quando criticamos algo, nos esquivamos, tiramos o corpo fora. Quando julgamos não damos chance para os outros nos julgarem também, por isso é muito mais comum encontrarmos rodas de amigos criticando algo e fazendo piada com os outros, critica é engraçada, elogio é tão monótono.
Penso que hoje com a informação chegando até aos celulares, em qualquer lugar que estamos, na rua, no ônibus, as pessoas não perderam o hábito de criticar sem conhecer, mas como essa mesma informação facilitada nos dá o poder de ouvir e assistir apenas o que queremos, a ditadura do Radio de antigamente que nos obrigava a ouvir o que os programadores, produtores e gravadoras decidiam não existe mais, hoje há rádios online, hoje há aparelhos que nos permite armazenar quantidade de musicas absurdas para que não precisemos ouvir o que nos obrigam, tudo isso deveria acabar com a tendência de “criticar o que eu não gosto”. Aquelas velhas frases dos mais conservadores como, “Traiu o Movimento” ou “Isso não é Rock de verdade” deveriam ser extintas do vocabulário das pessoas com a democracia fonográfica. O livre arbítrio musical.
Pode até ser que quando eu tiver a oportunidade de ouvir todo o trabalho dessas bandas tão criticadas eu também chegue a conclusão de que eu não goste delas, o que não quer dizer que o trabalho feito por eles deva ser desrespeitado ou menos valorizado, digo isso porquê qualquer um que já teve uma banda, grupo ou dupla sabe o quanto dificultoso é para termos nosso trabalho reconhecido, e eles conseguiram, então mérito deles, mas mais do que isso é respeito. Respeitar o gosto musical de outros é o mesmo que respeitar a raça, o credo, o time de futebol, e sexualidade alheia.
Coloridos ou não, todos estão onde estão porque há quem “compre” o trabalho deles, e em época de eleição, onde vimos tantas opiniões diferentes, mas acima de tudo a vontade da maioria sendo executada, como manda a democracia, seria bom usar essa mesma politica em outros aspectos de nosso dia a dia.
Hoje você julga, amanhã o julgado pode ser você. E como diz o antigo ditado, pimenta no dos outros é refresco.
Muita calma nessa hora II
Vejo muita gente dizendo “dar a vida por banda tal” e até dizerem que “surgiu os novos Beatles”. Pera lá, não exageremos também, a melhor forma de conhecer o que é verdadeiramente bom e não só uma moda passageira é o tempo, fazer sucesso é mais fácil que permanecer fazendo sucesso. Saberemos quem tem talento de verdade quando completarem anos e anos de carreira com vários trabalhos de qualidade. O Brasil é cheio de modas, quem não lembra da moda do axé music, do forró universitário, do pagode?! Tudo isso vem rápido e vai embora com a mesma velocidade e só ficam quem é bom realmente. Então vamos aguardar.
Bento.
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Muita calma nessa hora I
Eu tenho tempo suficiente nesse mundão para saber que tudo é passageiro.
Começo a buscar na memória e a primeira moda de que me lembro foi Charlie Brown Jr. Era a “Onda” do momento, todos começavam a “descobrir” o skate, inclusive eu, e ouvir CBJr em todo canto. E os Roqueiros mais tradicionais odiavam tudo aquilo, pois diziam não haver rock sem cabelos longos e calças apertadas. Os cabelos raspados, as calças largas e camisetas gigantes era uma afronta aos Deuses do Rock dos anos 60, 70 e até mesmo a rebeldia dos anos 80 e começo de 90.
Falando de anos 70, foi quando surgiu a “Onda Colorida” que causa tanta discórdia hoje, porém, hoje sem a nudez, sem as drogas e as ideologias.
Confesso que conheço bem pouco das musicas dessas bandas de hoje, por falta de tempo não posso dizer que “conheço” Restart, Cine, e etc. Com exceção de uma ou duas musicas que ouvi no radio.
Então seria injusto julgá-los por isso, mas o que quero dizer aqui é que acredito que noventa por cento das pessoas que ouço criticar essas bandas tem o mesmo grau de conhecimento que eu.
E todos sabemos que a maiorias das pessoas não fazem muita cerimônia para julgar nada, julgar é tão fácil, tão bom criticar, sabemos que criticar é mais fácil que elogiar, pois elogiar acarreta em compromisso, quando criticamos algo, nos esquivamos, tiramos o corpo fora. Quando julgamos não damos chance para os outros nos julgarem também, por isso é muito mais comum encontrarmos rodas de amigos criticando algo e fazendo piada com os outros, critica é engraçada, elogio é tão monótono.
Penso que hoje com a informação chegando até aos celulares, em qualquer lugar que estamos, na rua, no ônibus, as pessoas não perderam o hábito de criticar sem conhecer, mas como essa mesma informação facilitada nos dá o poder de ouvir e assistir apenas o que queremos, a ditadura do Radio de antigamente que nos obrigava a ouvir o que os programadores, produtores e gravadoras decidiam não existe mais, hoje há rádios online, hoje há aparelhos que nos permite armazenar quantidade de musicas absurdas para que não precisemos ouvir o que nos obrigam, tudo isso deveria acabar com a tendência de “criticar o que eu não gosto”. Aquelas velhas frases dos mais conservadores como, “Traiu o Movimento” ou “Isso não é Rock de verdade” deveriam ser extintas do vocabulário das pessoas com a democracia fonográfica. O livre arbítrio musical.
Pode até ser que quando eu tiver a oportunidade de ouvir todo o trabalho dessas bandas tão criticadas eu também chegue a conclusão de que eu não goste delas, o que não quer dizer que o trabalho feito por eles deva ser desrespeitado ou menos valorizado, digo isso porquê qualquer um que já teve uma banda, grupo ou dupla sabe o quanto dificultoso é para termos nosso trabalho reconhecido, e eles conseguiram, então mérito deles, mas mais do que isso é respeito. Respeitar o gosto musical de outros é o mesmo que respeitar a raça, o credo, o time de futebol, e sexualidade alheia.
Coloridos ou não, todos estão onde estão porque há quem “compre” o trabalho deles, e em época de eleição, onde vimos tantas opiniões diferentes, mas acima de tudo a vontade da maioria sendo executada, como manda a democracia, seria bom usar essa mesma politica em outros aspectos de nosso dia a dia.
Hoje você julga, amanhã o julgado pode ser você. E como diz o antigo ditado, pimenta no dos outros é refresco.
Muita calma nessa hora II
Vejo muita gente dizendo “dar a vida por banda tal” e até dizerem que “surgiu os novos Beatles”. Pera lá, não exageremos também, a melhor forma de conhecer o que é verdadeiramente bom e não só uma moda passageira é o tempo, fazer sucesso é mais fácil que permanecer fazendo sucesso. Saberemos quem tem talento de verdade quando completarem anos e anos de carreira com vários trabalhos de qualidade. O Brasil é cheio de modas, quem não lembra da moda do axé music, do forró universitário, do pagode?! Tudo isso vem rápido e vai embora com a mesma velocidade e só ficam quem é bom realmente. Então vamos aguardar.
Bento.
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sexta-feira, 15 de outubro de 2010
O FLERTE
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Curioso como uma mulher pode mudar o dia de um homem.
Um gesto, um sorriso ou uma palavra pode te levar do inferno ao céu e vice-versa.
Um amigo meu diz que é homem de uma mulher só, não por falta de vontade, mas sim pelo comodismo. Afinal, uma mulher já dá um trabalho danado, imagine duas.
Um outro amigo já diz que quanto mais melhor, pois, tudo que é bom tem que ser em excesso.
Ele continua dizendo que como não há mulher perfeita ele consegue encontrar todas as qualidades que ele gosta em várias delas, uma completa a outra.
Uma não tem um bom gosto musical, mas é carinhosa e nos dias de carência é bom tê-la por perto.
A outra é muito caseira, mas cozinha bem, nos dias de frio é bom visitá-la para um cinema em casa.
Enfim, aproveitando as qualidades de todas ele tem a mulher perfeita que combine com seu estado de espirito naquele momento. És uma maratona, mas um leque de opções.
Uma vez conheci uma garota que gostava de manter certa distância, nos falávamos por telefone, trocávamos mensagens via celular, até nos víamos às vezes, porém nunca passou disso. O famoso flerte. Ela dizia que depois do flerte vinha o relacionamento e consequentemente o interesse ia embora. Mais que o medo de decepcionar-se, o prazer dela estava ligado ao flerte e não ao ato consumado.
Acho que algumas traições acontecem por causa do tal flerte, além claro da falta de confiança entre outras coisas. Depois de muito tempo com a mesma pessoa, logo muito tempo sem flertar com ninguém, a busca por esse prazer, o ego falando mais alto, a vontade de se sentir capaz de conquistar alguém pesa e quem brinca com fogo acaba saindo queimado, então aquele flerte que parecia uma brincadeira inocente se transforma em oportunidade, o que leva a traição.
E quanto a traição é algo que vejo como fora de moda, clichê, coisa de pessoas sem personalidades incapazes de tomar as rédeas de seu próprio destino, mas não gosto de julgar, vou citar mais um amigo, o terceiro já.
Esse terceiro amigo tinha uma namorada que ele vivia dizendo que não alimentava mais nenhum sentimento pela tal, que queria dar um basta naquilo, porém quando perguntado sobre o porquê não terminava com aquele “martírio” ele se esquivava dizendo que não queria vê-la sofrer, mas arrumava um caso sempre que podia. Entende o que eu digo agora?
Bento.
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Curioso como uma mulher pode mudar o dia de um homem.
Um gesto, um sorriso ou uma palavra pode te levar do inferno ao céu e vice-versa.
Um amigo meu diz que é homem de uma mulher só, não por falta de vontade, mas sim pelo comodismo. Afinal, uma mulher já dá um trabalho danado, imagine duas.
Um outro amigo já diz que quanto mais melhor, pois, tudo que é bom tem que ser em excesso.
Ele continua dizendo que como não há mulher perfeita ele consegue encontrar todas as qualidades que ele gosta em várias delas, uma completa a outra.
Uma não tem um bom gosto musical, mas é carinhosa e nos dias de carência é bom tê-la por perto.
A outra é muito caseira, mas cozinha bem, nos dias de frio é bom visitá-la para um cinema em casa.
Enfim, aproveitando as qualidades de todas ele tem a mulher perfeita que combine com seu estado de espirito naquele momento. És uma maratona, mas um leque de opções.
Uma vez conheci uma garota que gostava de manter certa distância, nos falávamos por telefone, trocávamos mensagens via celular, até nos víamos às vezes, porém nunca passou disso. O famoso flerte. Ela dizia que depois do flerte vinha o relacionamento e consequentemente o interesse ia embora. Mais que o medo de decepcionar-se, o prazer dela estava ligado ao flerte e não ao ato consumado.
Acho que algumas traições acontecem por causa do tal flerte, além claro da falta de confiança entre outras coisas. Depois de muito tempo com a mesma pessoa, logo muito tempo sem flertar com ninguém, a busca por esse prazer, o ego falando mais alto, a vontade de se sentir capaz de conquistar alguém pesa e quem brinca com fogo acaba saindo queimado, então aquele flerte que parecia uma brincadeira inocente se transforma em oportunidade, o que leva a traição.
E quanto a traição é algo que vejo como fora de moda, clichê, coisa de pessoas sem personalidades incapazes de tomar as rédeas de seu próprio destino, mas não gosto de julgar, vou citar mais um amigo, o terceiro já.
Esse terceiro amigo tinha uma namorada que ele vivia dizendo que não alimentava mais nenhum sentimento pela tal, que queria dar um basta naquilo, porém quando perguntado sobre o porquê não terminava com aquele “martírio” ele se esquivava dizendo que não queria vê-la sofrer, mas arrumava um caso sempre que podia. Entende o que eu digo agora?
Bento.
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quinta-feira, 14 de outubro de 2010
MENTINDO...
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Eu não quero te ver, apesar de meus olhos vivem te procurando por onde quer que eu vá.
Eu não quero falar com você, mas sempre arrumo uma desculpa para puxar assunto.
Eu não quero ficar perto de você, porém faço o mesmo caminho só para te seguir.
Eu não quero pensar em você, no entanto me pego planejando os meus dias com sua presença.
Eu não quero sentir o cheiro dos seus cabelos, mas insisto em penteá-los com meus dedos.
Eu não quero desejar você, só que minhas mãos sempre procuram a sua quando caminhamos lado a lado.
Eu não quero você em meus sonhos, porém percebo que ao fechar os olhos sonho com você até acordado.
Definitivamente não quero te amar, mas vivo me enganando.
Bento.
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terça-feira, 12 de outubro de 2010
CONFUSÃO
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Depois de toda convivência e muitas discussões acaloradas de mesa de bar dividindo a opinião da maioria dos homens e mulheres, chegamos a conclusão: Sim a mulher é infinitamente mais confusa que o homem.
Digo isso, pois, a única coisa que causa confusão no homem é a própria mulher.
Vou explicar: numa reunião de homens improvisada, mais uma desculpa para beber, a pauta era, como agir quando a mulher sabe mais sobre sexo do que nós mesmos?
Alguns homens se assustam quando as mulheres demonstram tanta afinidade com o ato, se sentem ameaçados ao perceber que são masturbados com tanto exito que ficam imaginando se sua parceira não tem um pênis em casa para praticar. É aí que está a confusão, ao invés de aproveitar da experiência são tomados por pensamentos machistas tentando desvendar onde é que ela aprendeu tudo aquilo?
Bento.
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Depois de toda convivência e muitas discussões acaloradas de mesa de bar dividindo a opinião da maioria dos homens e mulheres, chegamos a conclusão: Sim a mulher é infinitamente mais confusa que o homem.
Digo isso, pois, a única coisa que causa confusão no homem é a própria mulher.
Vou explicar: numa reunião de homens improvisada, mais uma desculpa para beber, a pauta era, como agir quando a mulher sabe mais sobre sexo do que nós mesmos?
Alguns homens se assustam quando as mulheres demonstram tanta afinidade com o ato, se sentem ameaçados ao perceber que são masturbados com tanto exito que ficam imaginando se sua parceira não tem um pênis em casa para praticar. É aí que está a confusão, ao invés de aproveitar da experiência são tomados por pensamentos machistas tentando desvendar onde é que ela aprendeu tudo aquilo?
Bento.
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sexta-feira, 8 de outubro de 2010
CORAÇÃO DÓI SIM!
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Texto exibido na coluna Fala Bento! 08/10/2010
Outro dia eu fui ao médico, reclamando de dor no coração.
Doía muito e eu já achando que as noites mal dormida, entre outras coisas já estavam cobrando seu preço.
Voltei de lá mais estranho ainda, o médico disse ao ouvir minhas lamentações que meu problema não era no coração, e sim no peito, que deveria ser causa dos trintas cigarros que eu fumo diariamente. Eu disse: doutor, mas é o coração que está doendo. Como resposta ele falou que coração não dói, que só podia ser no peito.
Como assim coração não dói?! Enfurecido eu disse:
Quem diz que coração não dói é porque nunca teve o coração saindo pela boca só de estar próximo de alguém.
Quem diz que coração não dói é porque nunca teve o coração arrancado do peito ainda vivo e pulsante pelas mãos de outro alguém.
Quem diz que coração não dói é porque nunca teve um amor sem motivo, amar sem motivo é amar aquele que nos faz chorar, que nos faz sofrer, nos faz odiarmos a nós mesmos e mesmo assim amamos.
Quem diz que coração não dói é porque nunca teve seu coração rasgado por palavras sinceras que nos faz enxergar que não somos merecedores daquele amor, que fomos incapazes de fazer nosso amor feliz, e perceber que o erro foi nosso.
Quem diz que coração não dói é porque nunca fez loucuras por amor, como andar na chuva, ir até o outro lado do mundo para ver bem de perto nosso amor.
Quem diz que o coração não dói é porque nunca enfrentou Deus e o mundo só para permanecer perto de quem amamos.
Quem diz que coração não dói é porque nunca passou por cima do orgulho, engoliu à seco alguns desaforos só para não brigar com quem amamos.
Quem diz que coração não dói é que nunca sentiu ciúmes das risadas que não são direcionadas a nós.
Quem diz que coração não dói é que nunca foi largado por um amor, assim nos levando a querer machucarmos a nós mesmos, como punição.
Quem diz que coração não dói é porque nunca sentiu a solidão do domingo de manhã desejando que a segunda-feira chegue o mais rápido possível.
Quem diz que coração não dói é porque nunca perdeu o sono por causa do primeiro amor, nem por causa do segundo, nem por causa do terceiro, porque todo amor é como se fosse único.
Quem diz que coração não dói é porque nunca teve seus sonhos invadidos, sem pudor por quem amamos.
Quem diz que o coração não dói é porque nunca riscou seu nome ao lado de outro na casca da árvore, nem na capa do caderno.
Quem diz que o coração não dói é porque nunca passou horas e horas ao lado do telefone à espera do telefonema de quem se ama, só para poder se desculpar.
Quem diz que o coração não dói é porque nunca pediu perdão mesmo sem ter culpa no cartório.
Quem diz que coração não dói é porque nunca perdeu a vergonha de chorar e contar seus segredos mais sinceros para os estranhos na rua.
Quem diz que coração não dói é porque nunca dormiu agarrado com a peça de roupa esquecida na noite passada só para continuar sentindo o perfume.
Quem diz que coração não dói é porque nunca teve sua vida zanzando por aí, sem você poder fazer nada.
Quem diz que coração não dói é porque nunca passou horas e horas debaixo da janela alheia à espera de um feixe de luz.
Quem diz que coração não dói é porque nunca passou noites acordado velando o sono da amada, para aproveitar cada minuto juntos.
Quem diz que coração não dói é porque nunca se engasgou com as palavras na pressa de declarar tudo que sente.
Quem diz que coração não dói é porque talvez não tenha um coração, ou talvez nunca tenha amado.
Quem diz que coração não dói é que é feliz. Os que sabem o quanto o coração dói são apenas pessoas que caminham atrás de seus pedaços perdidos por aí.
Bento.
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Texto exibido na coluna Fala Bento! 08/10/2010
Outro dia eu fui ao médico, reclamando de dor no coração.
Doía muito e eu já achando que as noites mal dormida, entre outras coisas já estavam cobrando seu preço.
Voltei de lá mais estranho ainda, o médico disse ao ouvir minhas lamentações que meu problema não era no coração, e sim no peito, que deveria ser causa dos trintas cigarros que eu fumo diariamente. Eu disse: doutor, mas é o coração que está doendo. Como resposta ele falou que coração não dói, que só podia ser no peito.
Como assim coração não dói?! Enfurecido eu disse:
Quem diz que coração não dói é porque nunca teve o coração saindo pela boca só de estar próximo de alguém.
Quem diz que coração não dói é porque nunca teve o coração arrancado do peito ainda vivo e pulsante pelas mãos de outro alguém.
Quem diz que coração não dói é porque nunca teve um amor sem motivo, amar sem motivo é amar aquele que nos faz chorar, que nos faz sofrer, nos faz odiarmos a nós mesmos e mesmo assim amamos.
Quem diz que coração não dói é porque nunca teve seu coração rasgado por palavras sinceras que nos faz enxergar que não somos merecedores daquele amor, que fomos incapazes de fazer nosso amor feliz, e perceber que o erro foi nosso.
Quem diz que coração não dói é porque nunca fez loucuras por amor, como andar na chuva, ir até o outro lado do mundo para ver bem de perto nosso amor.
Quem diz que o coração não dói é porque nunca enfrentou Deus e o mundo só para permanecer perto de quem amamos.
Quem diz que coração não dói é porque nunca passou por cima do orgulho, engoliu à seco alguns desaforos só para não brigar com quem amamos.
Quem diz que coração não dói é que nunca sentiu ciúmes das risadas que não são direcionadas a nós.
Quem diz que coração não dói é que nunca foi largado por um amor, assim nos levando a querer machucarmos a nós mesmos, como punição.
Quem diz que coração não dói é porque nunca sentiu a solidão do domingo de manhã desejando que a segunda-feira chegue o mais rápido possível.
Quem diz que coração não dói é porque nunca perdeu o sono por causa do primeiro amor, nem por causa do segundo, nem por causa do terceiro, porque todo amor é como se fosse único.
Quem diz que coração não dói é porque nunca teve seus sonhos invadidos, sem pudor por quem amamos.
Quem diz que o coração não dói é porque nunca riscou seu nome ao lado de outro na casca da árvore, nem na capa do caderno.
Quem diz que o coração não dói é porque nunca passou horas e horas ao lado do telefone à espera do telefonema de quem se ama, só para poder se desculpar.
Quem diz que o coração não dói é porque nunca pediu perdão mesmo sem ter culpa no cartório.
Quem diz que coração não dói é porque nunca perdeu a vergonha de chorar e contar seus segredos mais sinceros para os estranhos na rua.
Quem diz que coração não dói é porque nunca dormiu agarrado com a peça de roupa esquecida na noite passada só para continuar sentindo o perfume.
Quem diz que coração não dói é porque nunca teve sua vida zanzando por aí, sem você poder fazer nada.
Quem diz que coração não dói é porque nunca passou horas e horas debaixo da janela alheia à espera de um feixe de luz.
Quem diz que coração não dói é porque nunca passou noites acordado velando o sono da amada, para aproveitar cada minuto juntos.
Quem diz que coração não dói é porque nunca se engasgou com as palavras na pressa de declarar tudo que sente.
Quem diz que coração não dói é porque talvez não tenha um coração, ou talvez nunca tenha amado.
Quem diz que coração não dói é que é feliz. Os que sabem o quanto o coração dói são apenas pessoas que caminham atrás de seus pedaços perdidos por aí.
Bento.
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quinta-feira, 7 de outubro de 2010
SEI QUE ESTÁ OLHANDO
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Como um quadro.
É assim que vejo sua janela. Janela que caprichosamente virada para o lado da rua me permite passar, parar, e olhá-la por longas e longas horas.
Sei de cabeça quantas persianas existem na janela do seu quarto.
Vislumbro cada canto e reconheço a poeira nova.
Já tenho meu lugar preferido, a guia da calçada é a mesma que eu sentei ontem, hoje e sentarei amanhã. Demorei dias para achar o melhor ângulo.
Alguns resfriados depois da chuva que peguei, mas continuo olhando, esperando...
Talvez no meu inconsciente imagino você abrindo a janela e jogando suas tranças como Rapunzel, mas isso é só na minha imaginação.
Aquele cadeado insiste em não abrir, e me pego pensando se trocou as cortinas, se os móveis do quarto ainda são os mesmos, se minhas fotos ainda permanecem no mural.
Eu já faço parte da sua rua, como aquela árvore, a lombada, o banquinho de madeira e eu.
Não consigo tirar os olhos da janela, à espera de algum sinal de que a luz se acendeu, seu vulto entre as frestas já seria um presente imenso, nem isso consigo.
Algumas pessoas viajam, outras vão curtir a noite, ao teatro, cinema, eu digo: Vou para a janela.
Me visto como para uma ocasião especial, repasso todas as novidades em minha cabeça para contá-las quando a janela for aberta e volto para casa cabisbaixo, mas com os mesmos planos para o dia seguinte.
Eu não à vejo, mas sei que você está olhando.
Bento.
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terça-feira, 5 de outubro de 2010
Deixa eu Fumar P...
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Tinha uma pessoa que nunca reclamou do meu cigarro, quero dizer, reclamava bem pouco, um comentário aqui e outro ali, nada demais.
De repente, essa pessoa que era a mais próxima, como nenhuma outra, de repente ela não é mais próxima assim, ela se vai, se separa, se foi.
Depois do desquite passou a reclamar do meu cigarro.
Assim como todas as outras pessoas que me enchem o saco reclamando do meu ato de fumar como se o pulmão fossem deles, como se o dinheiro fossem deles, como se eu obrigasse alguém a permanecer perto de mim fumando junto, passivamente.
Aliás esse negócio de fumar passivamente é no minimo chato. Tragamos gases humanos passivamente, tragamos gases animal passivamente, tragamos gases automotivos passivamente e eu não vejo ninguém reclamando. Nunca vi uma placa de “proibido peidar”, eu sou fumante mas odeio sentir cheiro de peido, mas onde quer que eu vá avisto um aviso de “Proibido Fumar”, me sinto acusado, acuado, sinto que o recado é dirigido a mim, como alguém apontando o dedo indicador para minha cara e dizendo em alto e bom som, na frente de todos “ei você aí, seu nome é Bento né?! Vou logo avisando que é PROIBIDO FUMAR!” me sinto coagido, ameaçado logo na chegada.
Eu vou colocar uma placa em minha casa, “Aqui se fuma à vontade” só de vingança.
Agora não se pode mais fumar em bares e balada, isso é deprimente. O direito de ir e vir me foi tirado, isso é antidemocracia. Quem não gosta de cigarros que fique em casa, ou aguente as consequências. Com isso as noites estão menos animadas, aquelas conversas de mesa de bar, com amendoins e cerveja não tem o mesmo sabor sem o cigarro. Era uma trindade sagrada, cerveja, porção, e cigarro. Essa trindade era a base de qualquer conversa, qualquer debate, as pessoas ficaram menos inteligentes com a proibição, os debates ficaram sem final, as teorias ficaram inacabadas e só o que temos são pensamentos fúteis, chatos e sem sentido. Pensamentos normais, óbvios, dignos de qualquer idiota. Pensamentos assim temos em qualquer lugar, até na igreja, o mundo ficou menos criativo.
A noite ficou mais dia, até a lua mais apagada. O fim de semana ficou mais sério, mais responsável.
Quando alguém me critica pelo fato de fumar eles não levam em consideração que o cigarro me acalma, o cigarro me faz refletir, o ato de fumar é essencial para minha alma, é fazer um balanço daquele instante, daquele dia, da minha vida. Fumar é suspirar com mais prazer.
É eu sou um viciado, mas atire a primeira pedra quem aí não tem vicio algum. E não estou falando de drogas licitas ou ilícitas, quem nunca viciou em alguém, em alguma novela, em algum alimento, em alguma roupa? Eu me assumo viciado e isso já é um grande passo, veja você não-fumante agora, lendo isso e dizendo para si mesmo que não tem vicio algum, tentando se enganar sem sucesso. Somos todos viciados.
Ninguém nunca paro para pensar que eu gosto de fumar? E que eu não quero para de fumar?
“Ah mas o cigarro faz mal a saúde!” Qual é o problema? A saúde é minha, o corpo é meu, e faço com ele o que bem entender, é de uma hipocrisia as pessoas falarem que o cigarro faz mal a saúde e bebe litros e litros de cerveja por dia.
Há pessoas que tem a síndrome de papagaio, repetem tudo que ouvem na televisão, mas já vi tantas pessoas me olhando torto pelo meu ato de fumar e jogando lixo pela janela do carro. Jogar lixo na via pública não faz mal a saúde? Vejo pessoas criticando o cheiro do meu cigarro, e nunca usou um filtro solar na vida, duvido que saibam que o sol da câncer de pele.
Vejo os maços de cigarros com os dizeres do Ministério da Saúde, e aquelas fotos que no máximo atiçam a criatividade dos fumantes e servem de piadas cheias de ironias na hora da bebedeira. Vejo baratas, ratos, bocas, abdomens, desmaios... a imagem mais famosa é a da cinza de cigarro pendendo para baixo sugerindo que cigarro causa impotência, uma vez na padaria perto de casa fui comprar um cigarro e o caixa me deu um maço com essa foto, impossível não repetir a piada já gasta, mas muito engraçada “não quero o que dá impotência me vê o que dá câncer, por favor”.
Vou sair para comprar mais cigarros.
Bento.
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Tinha uma pessoa que nunca reclamou do meu cigarro, quero dizer, reclamava bem pouco, um comentário aqui e outro ali, nada demais.
De repente, essa pessoa que era a mais próxima, como nenhuma outra, de repente ela não é mais próxima assim, ela se vai, se separa, se foi.
Depois do desquite passou a reclamar do meu cigarro.
Assim como todas as outras pessoas que me enchem o saco reclamando do meu ato de fumar como se o pulmão fossem deles, como se o dinheiro fossem deles, como se eu obrigasse alguém a permanecer perto de mim fumando junto, passivamente.
Aliás esse negócio de fumar passivamente é no minimo chato. Tragamos gases humanos passivamente, tragamos gases animal passivamente, tragamos gases automotivos passivamente e eu não vejo ninguém reclamando. Nunca vi uma placa de “proibido peidar”, eu sou fumante mas odeio sentir cheiro de peido, mas onde quer que eu vá avisto um aviso de “Proibido Fumar”, me sinto acusado, acuado, sinto que o recado é dirigido a mim, como alguém apontando o dedo indicador para minha cara e dizendo em alto e bom som, na frente de todos “ei você aí, seu nome é Bento né?! Vou logo avisando que é PROIBIDO FUMAR!” me sinto coagido, ameaçado logo na chegada.
Eu vou colocar uma placa em minha casa, “Aqui se fuma à vontade” só de vingança.
Agora não se pode mais fumar em bares e balada, isso é deprimente. O direito de ir e vir me foi tirado, isso é antidemocracia. Quem não gosta de cigarros que fique em casa, ou aguente as consequências. Com isso as noites estão menos animadas, aquelas conversas de mesa de bar, com amendoins e cerveja não tem o mesmo sabor sem o cigarro. Era uma trindade sagrada, cerveja, porção, e cigarro. Essa trindade era a base de qualquer conversa, qualquer debate, as pessoas ficaram menos inteligentes com a proibição, os debates ficaram sem final, as teorias ficaram inacabadas e só o que temos são pensamentos fúteis, chatos e sem sentido. Pensamentos normais, óbvios, dignos de qualquer idiota. Pensamentos assim temos em qualquer lugar, até na igreja, o mundo ficou menos criativo.
A noite ficou mais dia, até a lua mais apagada. O fim de semana ficou mais sério, mais responsável.
Quando alguém me critica pelo fato de fumar eles não levam em consideração que o cigarro me acalma, o cigarro me faz refletir, o ato de fumar é essencial para minha alma, é fazer um balanço daquele instante, daquele dia, da minha vida. Fumar é suspirar com mais prazer.
É eu sou um viciado, mas atire a primeira pedra quem aí não tem vicio algum. E não estou falando de drogas licitas ou ilícitas, quem nunca viciou em alguém, em alguma novela, em algum alimento, em alguma roupa? Eu me assumo viciado e isso já é um grande passo, veja você não-fumante agora, lendo isso e dizendo para si mesmo que não tem vicio algum, tentando se enganar sem sucesso. Somos todos viciados.
Ninguém nunca paro para pensar que eu gosto de fumar? E que eu não quero para de fumar?
“Ah mas o cigarro faz mal a saúde!” Qual é o problema? A saúde é minha, o corpo é meu, e faço com ele o que bem entender, é de uma hipocrisia as pessoas falarem que o cigarro faz mal a saúde e bebe litros e litros de cerveja por dia.
Há pessoas que tem a síndrome de papagaio, repetem tudo que ouvem na televisão, mas já vi tantas pessoas me olhando torto pelo meu ato de fumar e jogando lixo pela janela do carro. Jogar lixo na via pública não faz mal a saúde? Vejo pessoas criticando o cheiro do meu cigarro, e nunca usou um filtro solar na vida, duvido que saibam que o sol da câncer de pele.
Vejo os maços de cigarros com os dizeres do Ministério da Saúde, e aquelas fotos que no máximo atiçam a criatividade dos fumantes e servem de piadas cheias de ironias na hora da bebedeira. Vejo baratas, ratos, bocas, abdomens, desmaios... a imagem mais famosa é a da cinza de cigarro pendendo para baixo sugerindo que cigarro causa impotência, uma vez na padaria perto de casa fui comprar um cigarro e o caixa me deu um maço com essa foto, impossível não repetir a piada já gasta, mas muito engraçada “não quero o que dá impotência me vê o que dá câncer, por favor”.
Vou sair para comprar mais cigarros.
Bento.
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