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Eu sou meu pior inimigo, eu minto para mim mesmo.
Eu mesmo me passo rasteiras, faço questão de me desmoralizar publicamente.
Eu mesmo me enveneno, acabo com minha saúde.
Me torturo com palavras sinceras e espalho aos quatro ventos meus piores segredos.
Retiro de mim as coisas mais prazerosas, como castigo de mãe quando somos pegos fazendo algo errado. Eu sou meu próprio filho mal educado.
Eu me renego, me isolo e me trato com indiferença na frente dos amigos.
Me amo, mas faço questão de esconder e finjo me odiar.
Finjo que nem me conheço para não passar vergonha, e me trato com desdém.
Tenho preconceito comigo mesmo, finjo que não estou prestando atenção no que estou dizendo.
Me desprezo ao me olhar no espelho e nunca estou ao meu lado quando preciso.
Sou interesseiro comigo mesmo, ao me magoar nem peço desculpas.
Me maltrato só para exercer a minha autoridade.
Faço promessas para mim e nunca às cumpro.
Arrumo amantes e sou infiel comigo só para mostrar que não sou dependente de mim.
Finjo esquecer as datas comemorativas e nunca me dou parabéns, não quero comemorar.
Muitas vezes me deixo em casa e saio na noite sozinho como castigo, vivo dando um tempo de mim mesmo.
Eu não me noto, não reparo nas mudanças singelas como corte de cabelo ou roupas novas.
Não me apoio nas crises existenciais, nem nos problemas afetivos ou profissionais.
Não me olho com desejo.
Não me faço serenata, não me dou presentes sem datas.
Não me mando flores.
Não faço nada por mim, porque todo o meu tempo é dedicado a você.
Bento.
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3 comentários:
- é isso aí!
Esquecemos de nos mesmo, para viver pra outros(as), e esquecemos do nosso 'eu'!
Simbiose pura!!!!
Lindo!
Na minha opinião, felizmente é verdade!
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