Quem nunca brincou de Onde Está Wally?
É mais ou menos assim que será daqui para frente.
Eu, estudante de jornalismo que sou, e como todos, sedento de notícias e informações, obtive a única novidade da qual eu desejava não ter, nunca. Como todos, um ponto fraco.
De agora em diante toda esquina, ponto de ônibus, bares, padarias, estações de metrô, todos os lugares eu procurarei um Wally.
Em todos os lugares avistarei alargadores, tatuagens e cabelos desgrenhados.
Mesmo em cômodos fechados procurarei, arrastarei móveis, abrirei gavetas, dentro de caixas guardadas há anos não ficarei sem passar os olhos. Vou duvidar de todas as portas fechadas com chave. Será que está ali o Wally?
As cortinas serão retiradas para evitar esconderijos, não deixarei sequer uma vez de olhar por debaixo da cama. Os monstros da infância eu saudarei como um qualquer, pois não é quem eu procuro.
Inconscientemente, em segredo, sei que unirei forças com São Longuinho com promessa de pulos por horas a fio. E todos os pulos serão poucos.
Vou duvidar de espelhos e como num filme de terror os vultos me enganarão.
Meus olhos serão Arlequins abusando de minha boa vontade e caçoando da ingenuidade inevitável.
O curioso de tudo isso é que se eu pudesse escolher, se me perguntarem sobre o tal do Wally, sinceramente, eu prefiro nem começar a brincar.
Quero os jogos de tabuleiro, sempre me dei melhor com cartas e jogos eletrônicos.
Mas será sempre o maldito mapa da praia com salva vidas, o guarda sol e a bola vermelha que consumirá toda a minha atenção sabe Deus até quando.
Era bem mais suportável quando eu sabia da impossibilidade de encontrar o personagem que acena para todos destilando sua maldita felicidade invejável.
Bento.
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