Vocês não entendem. Talvez nunca entenderão. Precisará alguém dar a deixa para que somente no fim compreendam o que está à mostra de todos, abaixo de seus narizes verruguentos e com uma floresta imaginária de cravos.
Ao meu velório, velas e castiçais, meu corpo em pecado a caminho da putrefação e um singelo sorriso de canto de boca, quase como feliz. Minhas mãos cruzadas sobre o peito e alguém dirá: "ele bebia demais". O outro que "ele fumava demais". "Não, ele dormia de menos".
E enfim alguém deixará escorrer pelos lábios toda a sabedoria de quem sabe enxergar "ele amava demais". E todos assentirão.
Morrerei de amor, é evidente.
Bento.
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