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Eu tenho alguns ídolos
na minha vida. São pessoas nas quais eu me inspiro e me identifico.
Sempre gostei dos mais
polêmicos, os mais autênticos. O anti-herói. Os que sofrem no final e depois do
fim.
Os que perdem ou acham
que vencem, mas perdem. Os dramáticos e solitários.
Abdiquei desde a
infância de torcer pelos mocinhos pé no saco e chatos como corrida de São
Silvestre.
Digo isso porque após
anos, eu na mistificação de tornar o passado fresco - ninguém faz isso de caso
pensado, eu não sou diferente disso, adianto - fico pensando sobre como é
possível idolatrar uma lembrança. É como assistir um compacto de jogo de
futebol e mesmo sabendo o placar final torcer para o atacante perna de pau
fazer aquele gol perdido debaixo da trave, ou rezar para que o goleiro pegue
aquele pênalti que mexeu o placar. E se sentir maravilhado com o jogo do
campeonato passado mesmo com seu time perdendo.
Essas lembranças que
me trazem você para perto por reflexo me faz chegar à conclusão que sou seu fã
e só não peço autógrafo pelo fato de já ter um, dedicado ao meu nome, com
cheiro e coração ainda guardado na caixa de charutos que chamei de "CAIXADE PANDORA DE AMORES FINADOS" num outro texto.
Sou
presidente-fundador e único membro do fã clube mais antigo dedicado a você.
Não nego não nego.
Busco sim algumas informações sobre sua vida, mas na maioria dos casos são os paparazzi
que insistem em me manter informado sobre affaires, festas e aquela coisa toda
de ídolos que deixam os fãs satisfeitíssimos de compartilhar.
Em resumo, sou seu fã
por tudo que você pôde e pode fazer e eu não. Sou fã de sua beleza e sua
liberdade de pensar e agir, não necessariamente nessa mesma ordem.
Sou seu fã por saber
enganar-me - e aos paparazzi - tão bem e só deixar vazar notícias felizes. Eu
não. Como já citei acima, invariavelmente gosto da dramatização, do final
trágico e épico. E isso, claro, é culpa sua. Mas não vou entrar neste mérito.
Prefiro reforçar que
tenho em meus ídolos uma inspiração e você definitivamente é a campeã em me
inspirar. No intuito de fazer bem a você e mal para mim partindo, me deixou de
presente um leque de opções e a força de me levantar da lona após o nocaute. E
ainda hoje, sempre que dá o ar da graça - aliás, me pego pensando no último
sorriso de meses atrás e não consigo desvendá-lo - sou atirado contra a lona e
obrigado a beijá-la, porém me levanto antes do fim da contagem.
E caio, levanto, caio,
levanto. Ali no ringue, na disputa de pontos perdi de lavada e continuo caindo
e você permanece me vencendo.
Mas para quem ainda
não entendeu eu repito pela última vez:
Sempre gostei dos mais
polêmicos, os mais autênticos. O anti-herói. Os que sofrem no final e depois do
fim.
Os que perdem e acham
que vencem, mas perdem. Os dramáticos e solitários.
Bento.
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