domingo, 20 de fevereiro de 2011

Exausto.

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Eu não sei mais o que escrever, não tenho mais o que dizer.
Eu sou um monte de coisas sem sentido que insiste em se sobre sair por motivos que não sei bem.
Não sei. Eu não sei de um monte de coisa, eu não sei de nada como uma criança pega na arte, eu sei lá.
Acaba-se de naufragar a ultima balsa para sair dessa ilha que é minha mente, a ilha do Bento. Eu afundei também, fui junto com ela igual a capitão que não abandona seu barco. Eu não queria ficar na ilha sozinho, então grudei nela e disse: Está tudo bem, vamos afundar juntos já que é inevitável.
Tudo que queria ouvir de alguém, mas não consegui. Eu sou assim, dou para os outros tudo o que quero que me dêem, não quer dizer que só faço isso para ter de volta, mas se tiver é melhor.
Só que tudo isso acabou, acabou o gosto, não reconheço meu paladar.
Meu rosto no espelho me encara com desdém, me acusa, acabei conosco.
O cheiro e os amigos invisíveis me fazem lembrar os erros, e num dia desses ao telefone um desses amigos disse: Lembra daquela vez? Foi a maior burrada da sua vida. Mal sabe ele que desde aquela vez eu já cometi tantos outros erros.
Não me sinta, não me olhe, jamais espere algo de mim, vai decepcionar-se de fato.
Quando criança sempre me espelhei nos piores exemplos, talvez porque sempre me identifiquei com a tragédia, com o drama, talvez fosse uma premonição.
Construí uma bolha, onde as pessoas do lado de fora poderão me ver, eu não poderei ver ninguém, na bolha levarei alguns pacotes de cigarros, alguma bebida alcoólica amarga como a vida, e um álbum de fotografias sobre aqueles lugares que eu nunca irei conhecer.

Mas uma dessas fotos é a sua que tirou em meu nome.

Bento.

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