quinta-feira, 3 de novembro de 2011

INDECIFRÁVEL...

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...é o que minha mente pensa sobre você.
Racional por natureza tenta desvendar-te a cada segundo e mergulha em sua própria incompetência.
Talvez seja racionalidade demais.

Enlouqueça uma ou duas estrofes e pode ser que dê um refrão.

Já o meu peito acha que te conhece e te entende a toda hora, ele odeia ficar por baixo. No entanto são tantas versões que agora eu não entendo nem você, nem ele.
                                               
De peito passou a matraca, cria fórmulas mirabolantes, cada dia uma teoria - da conspiração- para explicar suas sensações que muito me admira ele não ter trabalhado na CIA ou na KGB na época da Guerra Fria. Depois de tantas tentativas de acertar, perde-se a credibilidade, ou ele acertou em todas, como saber?

Às vezes penso que é maluquice demais, como bêbado que você só entende ficando bêbado igual. Mas é maluquice demais até para mim.

Tenho que te conquistar todos os dias, literalmente. É como se fosse impossível ter você, só posso tomar como empréstimo tendo que devolver ao fim do prazo. Como livro, que antes do tempo precisa cedê-lo para outra reserva.
No ápice do livro, vence a renovação.

Quero poder ir até a livraria de minhas vontades, pegá-la em minhas mãos, apertá-la contra meu peito, pedir o embrulho para presente só para poder puxar o laço e desnudá-la como se fosse a sua primeira vez, e a minha também. Te levaria para casa e passaria a noite lendo-a, capa e contracapa, epílogo e agradecimentos. Decifraria as entrelinhas do teu ser, cada pedaço de pele, cada página, cada pinta, cada dobra de seu corpo. E vararia a madrugada nisso.

Mas a indiferença de momento, palavras ditas no momento errado, na hora errada.
A cegueira característica de quem não quer ver, ou finge que não vê, ou simplesmente não se importa, faz com que sua tiragem seja retirada de minhas mãos.

Veja, é quase uma porta da esperança do inferno. Duas das três opções terá alguém pronto a acertá-lo com a marreta do engano, o porrete da desilusão, e o “mata leão” da dramaticidade do autor. Do exagero filosófico, afinal, também sou humano. SOU HUMANO! Grito assim por que algumas pessoas esquecem, logo, não custa lembrar.

Falo e nas suas reações meço se acerto ou não, é o que resta, pois você pouco fala, por vezes se esquiva, por vezes simplesmente nega-se a responder. Ok! Algumas pessoas falam mais com a ausência de palavras do que ao regurgitar frases sem sentido. É a leitura dos olhos, dizem que as maçãs do rosto são sinceras por natureza.

E ainda me diz que eu que me blindo para me proteger, aprendeu comigo? Não! Não sou tão bom professor assim.

Paro um momento para refletir e após a imagem de seu sorriso forçado de minhas piadas idiotas vem a sensação de estar mexendo com areia do mar que teima em fugir pelos dedos.

Hoje você é um cofre inviolável e eu sou o ladrão frustrado.
Amanhã eu sou o Indiana Jones com chapéu e tudo, atrás da arca perdida, que é você, mas não tenho o maldito mapa.
Ontem o GPS deu de quebrar e fiquei a deriva, procurando uma saída do labirinto que você me fez entrar, talvez tenha até que enfrentar o Minotauro com o machado sagrado de Afrodite, e com sua cabeça em minha mão, reivindicar meu prêmio de vencedor. Você?

E eu no meio de tudo isso.

Afinal, quem é você?


Bento.

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