quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

SOU JORNALISTA II

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"SE NADA É TÃO RUIM QUE NÃO POSSA PIORAR, NO MÍNIMO LUTE PARA MANTER RUIM COMO ESTÁ"


Não há uma solução prática para o amor.
Ama-se com todas as forças até cansar, cansar do mau trato alheio. E um dia cansa.

É assim com todo mundo.

O que fará até esse dia chegar é o que vai consumir todas as suas forças e você conhecerá a anorexia do amor próprio.

Amar-se ou amar-te. Ou um ou outro, os dois é impossível.

Sem esta alegria se tornará o zumbi das horas, em busca de qualquer pedaço de sentimento para alimentar-se. Dar uma boa mordida no resto de afeto que achar numa lixeira mais próxima, e por fim terá uma grande, gelada e amarga dose de angústia para ajudar a engolir.

Ah mas esta alegria tão essencial para continuar respirando. Não são os órgãos, as tripas, o sangue que te faz mover-se de encontro aos obstáculos, é a alegria que te faz levantar de manhã.

É tão inevitável. É tão comum.

Me reconheço em cada verso disfarçado de raiva que sai de sua boca.

Sei tanto sobre isso que fico me perguntando se não foi eu que inventei a tristeza. Ou pelo menos eu a reinventei, como uma tristeza 4.0. Tristeza High Tech modelo 2012, último lançamento.

Só que ao criá-la, me esqueci de confeccionar um manual de instruções.
Eu conheço tanta gente que reclama do amor que me pergunto o que faz mais mal, o amor ou a falta dele?


Bento.

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