"SE NADA É TÃO RUIM QUE NÃO POSSA PIORAR, NO MÍNIMO LUTE PARA MANTER RUIM COMO ESTÁ"
Não há uma solução prática para o amor.
Ama-se com todas as forças até cansar, cansar do mau trato alheio. E um dia cansa.
É assim com todo mundo.
O que fará até esse dia chegar é o que vai consumir todas as suas forças e você conhecerá a anorexia do amor próprio.
Amar-se ou amar-te. Ou um ou outro, os dois é impossível.
Sem esta alegria se tornará o zumbi das horas, em busca de qualquer pedaço de sentimento para alimentar-se. Dar uma boa mordida no resto de afeto que achar numa lixeira mais próxima, e por fim terá uma grande, gelada e amarga dose de angústia para ajudar a engolir.
Ah mas esta alegria tão essencial para continuar respirando. Não são os órgãos, as tripas, o sangue que te faz mover-se de encontro aos obstáculos, é a alegria que te faz levantar de manhã.
É tão inevitável. É tão comum.
Me reconheço em cada verso disfarçado de raiva que sai de sua boca.
Sei tanto sobre isso que fico me perguntando se não foi eu que inventei a tristeza. Ou pelo menos eu a reinventei, como uma tristeza 4.0. Tristeza High Tech modelo 2012, último lançamento.
Só que ao criá-la, me esqueci de confeccionar um manual de instruções.
Eu conheço tanta gente que reclama do amor que me pergunto o que faz mais mal, o amor ou a falta dele?
CONTINUA EM: http://www.soujornalista.com/cronica.html
Bento.
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