domingo, 27 de outubro de 2013

OS IDIOTAS DE HOJE SÃO HERANÇA DOS IDIOTAS QUE JÁ MORRERAM

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Eu me atualizo com poetas do século passado, pois as notícias de hoje são as mesmas de ontem. Os idiotas de hoje são herança dos idiotas que já morreram.

Eu tenho um guarda-roupa enorme e cheio de gavetas onde a maioria delas eu não uso mais para nada. Algumas delas eu retirei e joguei-as fora por falta de uso. O meu isolamento temporário do mundo me fez perceber que apesar de ser um acomodado eu sou viciado em mudanças. Com tanto tempo em recesso em meu quarto, pelo menos uma vez por semana tenho de fazer uma mudança na decoração para que meus olhos tenham sempre algo novo para ver. Então é claro que esse vício se aplica em minha vida pessoal. Mesmo que eu veja a mesma pessoa todos os dias eu preciso que esta me apresente algo de diferente para que meus olhos não coagulem numa mesma imagem.

O que acontece é que eu não sou o mesmo de ontem e serei diferente amanhã. O meu humor é instável, minhas ereções também. Hoje quero ouvir Blues, amanhã vou querer ouvir clássicos do brega e ontem estava ouvindo os sons mais pesados que você pode imaginar. Ontem eu estava apaixonado por uma morena, hoje vi uma ruiva que me tirou de rota e torço para que amanhã eu encontre uma japa que me interesse, só pra variar. O principal continua sempre na mesma, porém, alguns derivados mudam constantemente. Não espere uma explicação razoável para isso, pois eu não tenho. Simplesmente acontece.

Só que eu não mudo conforme o mundo, pelo contrário, o mundo que eu vejo é que muda conforme minhas mudanças de humor. Um dia de sol pode ser um tédio caso eu não esteja afim de qualquer coisa. No entanto, um dia nublado, bem acompanhado, pode se tornar um dia inesquecível. Mais um exemplo? Ontem tomei duas cervejas e parei. Não era dia, não estava afim. Hoje estou na décima e torço para que o mercado fique aberto até mais tarde, pois ainda cabe mais uma caixa. Pode ser que meu fígado esteja criando vida própria e me dando ordens, pode ser, mas acho difícil.

A vida não é mais do que o que você faz para sobreviver. Tudo está ligado às suas ações. Onde você está, com quem você anda, como você se diverte? Ouvi uma história de um cara que não tinha pernas nem braços e era feliz. Ok! Foda-se. Não desejo isso para o meu maior inimigo. Minto! Talvez deseje, mas quem pode ser feliz assim?

Bem, tem outro cara que eu conheço que não faz sexo há anos, os motivos eu não sei, talvez psicológico, talvez ele não passe de um inútil, nos dias de hoje? Ou você é um religioso estúpido ou um doente. De qualquer forma, quem pode sobreviver assim, sem sexo? Mesmo assim ele ainda está respirando e pelo que eu saiba ele nunca tentou tirar a própria vida e nem têm corpos apodrecendo em sua garagem - até onde eu sei pelo menos.
Eu já adianto que eu não suportaria. Podem me chamar de fraco se quiserem, então eu sou, mas digo; não suportaria! Nem as pernas, nem os braços, principalmente sem sexo. Suicídio, eutanásia, tudo isso passaria pela minha cabeça antes mesmo de você poder dizer "puta que pariu". Quem pode me julgar? Mas esse sou eu.

O que eu quero dizer com isso? Não sei, cada um que dê a importância devida ao sexo. Eu dou muita.

Se reparou nas últimas crônicas deu para entender que eu ando falando de sensações. Mais sensações do que situações. Isso se deve às minhas longa férias que durou meses. E muitos desejariam estar em meu lugar, porém, tudo que é demais enche o saco e eu me enchi. Precisava sair disso e sai. Então, logo no primeiro dia que precisei acordar cedo me arrependi, queria voltar a dormir, só que a vida é feita também de arrependimentos, sem isso você é um bosta sem crédito nenhum. Apresente-me alguém que não tenha se arrependido uma vez sequer e eu te mostrarei a semente da mediocridade.

Não quero com isso dizer que sou grande coisa, todavia tenho uma lista de arrependimentos enorme, do tamanho do mundo e posso apontar um monte de garotas das quais podem testemunhar sobre meus erros. Você mesma que está lendo isso, pode ser uma delas, aproveite e conte também seu causo.



Bento.

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