terça-feira, 9 de dezembro de 2014

UM VICIADO EM SEXO COM ASCO DE CALCINHAS É COMO UMA VACA COM ALERGIA A LACTOSE

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Eu estou no segundo copo de whisky e tenho escrito algumas coisas um tanto fortes para o perfil das pessoas que leem o que escrevo. Eu não me importo, pois mais prazer que ter pessoas lendo o que eu escrevo eu tenho quando escrevo o que eu quero então foda-se. Esse whisky que eu tomo hoje eu ganhei de uma garota, e uma vez ou outra eu ganho esses tipos de agrados. Além, claro, dos agrados sexuais. E tenho de dizer que uma garrafa de Jack é sempre um bom presente a se receber.
Digo isso pois tenho alguns vícios que vocês já devem conhecer todos muito bem. Logo, dentre tantas discussões medíocres por aí sobre política e a porra toda, ao invés de ir ao bar eu prefiro ficar em casa tomando grandes goles de Jack e mantê-lo na boca por alguns segundos até sentir todo seu sabor.

Houve um tempo que passei a odiar calcinhas. Não sei dizer ao certo de onde veio isso, mas era só ver uma garota no meu quarto, começarmos a nos beijar, o sexo pedindo passagem e eu imediatamente arrumava um jeito de tirar a calça da garota com calcinha e tudo para que não tivesse que olhá-las. Calcinhas feias, bonitas, grandes ou pequenas, renda ou algodão. Eu só odiava calcinhas. Perdia um terço do meu tesão caso me deparasse com elas. Eu nunca gostei de lingerie vermelha - isso também não é segredo - mas nesta época eu não gostava de calcinha nenhuma. De nenhuma cor. Só de ouvir uma música do Wando eu já ficava enjoado imaginando um mundaréu de calcinhas em cima de mim. Era complicado e nada saudável. As calcinhas penduradas nos varais dos vizinhos faziam meu corpo se contrair. Bem, dito isso, deixo claro aqui que um dos meus vícios, dentre tantos, é o sexo com garotas e de preferência magrelas e tatuadas, e não é nada - nada mesmo - saudável ter asco de calcinhas quando se está todo fim de semana bebendo, fumando e baixando calças junto com calcinhas para que não às veja. Uma hora ou outra o truque falha. Um viciado em sexo com asco de calcinhas é como uma vaca com alergia a lactose. Não faz muito sentido. De qualquer forma, assim como veio passou esse negócio das calcinhas.

Não muito depois disso eu comecei a trocar as garotas magrelas e peitos grandes por garotas de peitos pequenos e bundas enormes. O que vai contra tudo o que eu prezo numa garota. Mesmo assim troquei todas. Até aquelas que iam até minha casa regularmente eu deixei de lado, pedi espaço, aquela coisa de homem de precisar respirar ares novos, precisar de um tempo só. Como eu escrevo, para algumas garotas eu dizia que precisava focar mais na escrita, pois estava relaxado, perdendo a mão. Curioso é que esta desculpa foi a que teve mais aceitação. As garotas diziam: Ok, amor. Me manda um texto para eu ler.
- Certeza que mando. Eu respondia.

Então comecei a procurar as bundas enormes por bares e conhecidas que eu não reparava por não se tratarem do estereotipo que até então admitia. Tudo transcorreu perfeitamente bem. Conheci belas bundas. Brancas, negras, bundas grandes, muito grandes e as gigantes e desproporcionais. Bundas que batiam nas minhas coxas de tão grande quando colocadas por cima para trabalharem. Nesta época eu percebi que eu não ligava tanto para a beleza dos rostos - vejam que heresia - afinal, eram as bundas que eu olhava. Ter uma grande bunda nas mãos e não aproveitá-las da melhor maneira possível é estupidez. Para quem gosta de tamanho as brancas são as melhores, pois aparentam ser bem maiores, só que tudo é uma questão de ótica.

Então essa fase das bundas também passou e eu voltei às magrelas. Nunca me decepcionei com garotas ossudas. A flexibilidade, a agilidade, a safadeza...

Tem uma coisa também e isso parte mais de uma particularidade que qualquer outra coisa. As melhores transas da minha vida foram com magrelas. E muita gente acha que eu critico as gordas pelo simples fato de nunca ter tido uma boa transa com uma gorda e eu respondo: É verdade. Mas não é isso. Entendo eu que gordas são gordas e que essas mesmas gordas têm um desejo imenso de serem magras e não conseguem. Eu entendo isso. O que eu não entendo é essa mania das gordas de tentarem nos convencer de que estão bem sendo gordas e que nós homens é que somos uns fúteis por preferirmos beleza e magreza e não nos importarmos com - muita atenção para o termo que eu usarei agora - "beleza interior". Como se as gordas fossem melhores que as magras só pelo fato de serem gordas. Como se nossos neurônios estivessem ligados à quantidade de banha que temos em nossos corpos. É só pra mim que soa arrogante uma pessoa achar que é mais inteligente que todas as outras que são mais atraentes sexualmente que ela? É visível só pra mim que o mesmo preconceito que as gordas dizem sofrer elas têm com as garotas magras?
Bem, sinto em dizer - mentira, não sinto - mas eu prefiro as magras, pois é bem mais fácil ensinar uma equação matemática à um macaco que convencer um elefante a parar de comer.

Então eu tenho essa insistência com gordas e muita gente diz que vou acabar terminando meus dias ao lado de uma obesa. Pode até acontecer, contudo isso é tão possível quanto eu acabar casando com um saco de berinjela, pois eu não gosto tanto quanto.

Eu também falo uma porção de coisas sobre os religiosos e por incrível que pareça esses enchem menos o meu saco com essas crises de hipocrisia. Esses são hipócritas só com a vida e o mundo, comigo nem tanto. Mas é bem capaz - segundo diz a lenda - que eu casarei com um saco de berinjelas, morrerei esmagado por uma gorda e partirei sem escalas para o inferno, deixando órfãos duas ou três crianças berinjelas, afinal também não suporto criança. Isso, claro, se nenhuma gorda aparecer para comer meus filhos.



Bento.

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