quinta-feira, 26 de setembro de 2013

JESUS! ACABOU O PAPEL HIGIÊNICO

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Curioso como o meu dia começou hoje. Eu acordei e descobri que estava trancado no meu quarto. Há tempo que a fechadura da porta está com problemas e por vezes ela trava e só é possível abrir pela parte de fora. O problema é que eu durmo na parte de dentro do quarto, bem, normalmente durmo na parte de dentro.

Outra coisa curiosa é que eu não via muito problema quanto a ficar o dia todo trancado. Eu tenho tudo aqui dentro; bebidas, banheiro, TV, internet, porém, lembrei-me que não tinha cigarros. Na verdade eu tinha uns oito ou dez cigarros, mas do jeito que eu fumo isso não duraria por muito tempo. Foi quando começou a bater um certo desespero.

Antes que me pergunte sobre o motivo pelo qual eu não tentei pular uma janela ou arrombar a porta eu já respondo. Já disse uma vez aqui que meu quarto não tem janelas, somente vitrôs. E eu não poderia arrombar a porta, pois teria de arrumá-la depois e eu odeio arrumar as coisas. Posso afirmar que sou um preguiçoso, mas um preguiçoso só para arrumar coisas. Vou dar um exemplo; em meu banheiro, há uma alça de ferro, daquelas que servem de suporte para prender o rolo de papel higiênico. Então todas as vezes que estou na privada e preciso usar o papel a alça cai. Por vezes, já de madrugada, quando não existe barulho algum em nenhum outro lugar, lá estou eu no banheiro precisando de papel e a alça cai no chão do banheiro fazendo um estardalhaço rompendo o silêncio da madrugada escura.

No entanto, por que eu estou falando de privadas e papel higiênico neste texto? Simples, eu passo horas lendo livros no banheiro. Curioso. Sempre que preciso usar o banheiro eu levo um livro e passo horas por lá, isso é, quando o livro é muito bom e me prende a atenção eu esqueço o que tenho que fazer e fico lá. Só depois vou usar o papel. Escrevo também no banheiro. Bem, a gente nunca sabe quando vem a inspiração e sim, às vezes ela vem quando eu estou no banheiro. Então levo cigarros, café, livros e algumas vezes começo a escrever por lá mesmo.
O que eu quero dizer com isso é que eu deveria arrumar a alça de ferro que segura o papel higiênico, faz tempo que deveria, mas eu odeio arrumar as coisas.

Voltando a falar da porta que estava trancada eu lembrei que meus livros novos que comprei pela internet poderiam chegar hoje. Então, além dos cigarros eu tinha mais um motivo para arrombar a porta. Também lembrei que tenho um canivete e um peso para fazer exercícios. Logo, consegui abri a maldita porta sem fazer muito estrago para ter que arrumar depois. Não muito tempo depois os livros chegaram. Então aqui estou eu no banheiro, finalmente tomando café, fumando um cigarro e decidindo quais dos livros de Stephen King eu vou ler primeiro.

Só que existe mais uma coisa que vocês deveriam saber; eu tenho uma porção de livros bons que comecei ler e não terminei. Não por falta de tempo, claro que não. É por dó. São bons livros, a maioria do Bukowski e eu não quero terminar de lê-los por dó. E também porque talvez eu não goste de terminar as coisas. Ou talvez eu tenha algum problema em terminar as coisas que eu começo. Eu demorei anos para terminar meu livro de contos, até que terminei. Só que demorei anos. Não, eu não demorei para escrever os contos, isso foi fácil, difícil foi juntar todos num mesmo arquivo e formar um livro. Consegui namorar algumas vezes durante esses anos, tive três ou quatro empregos, centenas de casos amorosos e não conseguia terminar o livro. Durante esse tempo eu estudei jornalismo por dois anos, comecei escrever dois romances - sem terminá-los, claro - e não terminei o livro de contos. Agora consegui terminá-lo. Falta apenas revisá-lo mais uma vez e pronto. Quer apostar que isso ainda vai demorar mais uma eternidade? Enfim, espero que não.

Então eu comecei a ler um livro de contos do Stephen, mais um livro que não sei quando vou terminar, talvez eu comece ler outro livro e deixe esse para depois, vai depender do quanto vou gostar.

Uma parte deste livro me chamou a atenção. Quando o autor fala sobre a dificuldade de escrever contos, pois ele sempre se vê tentado a continuá-los. Mas contos não são romances. Contos são curtos e rápidos. Como casos amorosos, namoros são diferentes. Contos são transas descompromissadas. Agora já não sei se essas são palavras minhas ou do autor do livro de contos que estou lendo.

Outra curiosidade é que tenho evitado dar cabo de meus contos, explico; alguns de meus contos novos têm como trama principal personagens que eu já criei no passado, assim dando continuidade às suas histórias. Isso me fez pensar que não é um fato isolado. Eu já fiz isso com alguns relacionamentos também, sabe quando se volta ao passado atrás de garotas das quais as histórias já tiveram fim? Pois é. Algumas vezes dá certo, mas por pouco tempo, o fato é que tenho tido mais sucesso com os contos neste quesito. Uma garota em especial me fez chegar a essa conclusão. É mais ou menos como se eu quisesse escrever um romance, porém ela só esteja disposta a ler contos. Então ela escreve vários destes contos e seria de minha responsabilidade juntá-los para formar um livro, só que eu tenho um péssimo hábito de demorar anos para juntar contos no intuito de formar um livro, como já deixei isso claro.

No entanto eu tenho um problema mais imediato neste momento, é que acabou o papel.


Bento.

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