Trabalhando em plena
segunda-feira com uma ressaca que não me permitia sequer abrir os olhos e mal
levar o cigarro até a boca resolvi fazer uma experiência.
Após ver tantos homens
andando pelas calçadas da cidade com belíssimos sapatos sem meias, mesmo
achando um pouco anti-higiênico resolvi experimentar para poder falar com
conhecimento de causa.
Notei que minhas
glândulas sudoríparas localizadas nos pés são mais dedicadas que as outras e me
senti em plena segunda, mesmo estando abaixo de um ar condicionado, como se
estivesse com os pés numa salmoura.
Concluo assim que, na
grande maioria dos casos, o que serve para os outros, não necessariamente me servirá.
Isso serve para outras
coisas também.
Trabalho com um garoto
que usa o mesmo corte de cabelo que o Neymar. Sem tirar nem por. Mas o Neymar,
com perdão da redundância, é o Neymar. Craque de bola, jogador
internacionalmente reconhecido e milionário. O Neymar pode ter o cabelo que
quiser e mesmo que queira usar sapatos sem meia, ele pode.
Já o garoto de
escritório que pega ônibus e metrô lotados no horário de pico matinal tende a
ficar um tanto quanto ridículo.
A história se repete
quando falamos de moda. Veja, longe de mim querer invadir a área profissional
de Glória Kalil, mas existem algumas peças do vestuário feminino que deveriam
ser proibidos principalmente para as gordas.
Antes que minha cabeça
seja alvo de pedras já adianto que foi um comentário puramente estético, não
quero e nem vou separar os gordos do resto da sociedade e atirá-los em câmaras
de gás. Talvez os gordos petistas e peemedebistas, mas isso é assunto para
política e não vem ao caso.
Uma vez na fila do
banco vi uma moça com seus vinte e poucos anos, quase tão baixa quanto alguém
com ananismo e tantos quilos quanto uma balança doméstica pode contar usando
uma blusa que em mim, com meus 60 quilos, mantidos com uma dieta à base de
cerveja, whisky e cigarros seria bem difícil de entrar. Ok! Eu mesmo defendo a
liberdade de qualquer indivíduo parecer ridículo onde quer que vá. Assim como
defendo o direito das outras pessoas de olharem com desdém tamanho pecado estilístico,
pois se o que é bonito serve para se mostrar, o contrário é sim verdadeiro.
Isso é a essência da
maquiagem, esconde-se os defeitos e destaca-se as qualidades. Se a gorda da
fila teve o bom senso de se maquiar - de forma discutível, mas dou pontos pela
intenção - por qual motivo não teve para se vestir?
Ainda ouço a gorda em
questão dizer para a dona atrás dela que o seu problema não era o peso e sim a
altura, numa teoria infundada de que deveria crescer e não emagrecer. Já deixo
claro aqui que também sou a favor das pessoas se enganarem o quanto quiserem,
eu mesmo digo que sou vítima de meu próprio estelionato, diariamente.
Sei que surgirá, no
entanto já repúdio qualquer argumento de que a sociedade impõe um padrão
estético e que o capitalismo tal e tal... Atire a primeira pedra quem nunca
consumiu chá verde, quem nunca fez dieta do miojo entre tantas outras coisas.
Eu sou o primeiro a criticar o vício de exercícios que criou-se em busca do
corpo perfeito, mas também me traio querendo ser um pouco mais forte que meu
corpo magricela aparenta, mas eu falo de bom senso e nada mais.
Mulheres musculosas se
enquadram também no grupo de pessoas desprovidas de senso autocrítico e isso,
ou você tem, ou não tem.
Eis onde quero chegar,
tem gosto para tudo, essa é uma verdade incontestável. Porém acredito que o bom
senso é para qualquer civilização, tão mais importante que a própria educação
como base desta.
De qualquer forma,
minha opinião é só minha opinião. Não trate de valoriza-la mais do que ela realmente
merece.
Bento.
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2 comentários:
Bom senso é um bicho em extinção. Tem uma música do Zeca Baleiro que fala mais ou menos assim "Quando o homem inventou a roda logo Deus inventou o freio, um dia, o feio inventou a moda e toda a roda amou o feio." acho que se enquadra... Acho que a maior desculpa hoje é se dizer na moda...
Abraço!
Um guarda-livros
Perfeito, Benedicto.
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