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Hão de reclamar, assim
como reclamam da forma como ando, como falo, como respiro. Falam até do ar da
graça que me habita.
Eis que se me
perguntarem; quem é o melhor humorista
para você? Respondo fácil; eu. Cínico!
Vão dizer.
Não. É isso mesmo. Eu.
Humoristas do Brasil existem vários muito bons, porém quem me diverte mais sou
eu.
Ora, todo o sarcasmo e
ironia me diverte mais que qualquer coisa. Trato-me pior que qualquer outra
pessoa e me divirto com isso.
Toda compaixão,
autopiedade e cegueira que existem nos outros não se aplica a mim. Me trato
como um desconhecido sem coração.
Um sarro diário da
minha própria cara. É uma autossuficiência do humor. Brigo já sorrindo.
Egoísta. Vão dizer. É isso. Egoísmo do riso. Conto a piada e sou o primeiro que
ri. Afinal, eu sou o alvo da piada, sempre. Nada mais justo.
É uma masturbação do
humor. Dedico-me a me dar de presente o primeiro riso do dia, depois disso tudo
é lucro.
Mas por quê? Por quê? Por
quê? Simplesmente porque egoísmo seria depender dos outros até para rir. Se preciso
agradar alguém, logo, que este seja eu.
Isto está errado! Vão sentenciar. Pois não serei eu que vou
argumentar nem discutir por isso. Não eu. Se disser que está certo estarei
dando um mínimo de razão para meu interlocutor, pois num debate sempre há
acertos para os dois lados. Ninguém erra totalmente e vice-versa. Neste caso,
por minha parte, nada é discutível.
Logo você que debate sobre tudo? Tentarão fomentar. Isto é outra verdade. Digo
isso, pois, só é possível treinar argumentos argumentando. Como um jogador que
só treina bola jogando.
No ímpeto de conhecer
seu desafiante, eis de contrariá-lo, caso contrário, os dois concordam e vão
para casa, mudos. Eu procuro o convencimento a todo custo. Abro as portas para
me dar uma boa razão de mudar de ideia e apoiar sua causa, só precisa me convencer.
Ganhar por W.O não me agrada em nada.
Bento.
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