quinta-feira, 25 de abril de 2013

FRACASSADOS PÓS-VENCEDORES E VENCEDORES PÓS-FRACASSADOS

-


Desde muito cedo eu tenho quatro amigos.
O Rogério era o bruta montes da turma, nunca mais precisei correr de uma briga depois de tê-lo conhecido. O Garcia que era o talentoso. Tocava guitarra como ninguém. Montamos uma banda juntos.
Tinha também o Assencio, esse era um atrevido, era tão bom de bola que saíamos odiados das peladas nas ruas ou nas quadras públicas. Sorte nossa o brutamontes estar sempre por perto.
Por fim tem o Júnior que de tão simples e sem sal esse nome eu pensei em inventar um outro para o Júnior, mas não seria justo com ele. Sequer tinha apelido o garoto e seu primeiro nome também era Rogério, sendo assim, não seria de bom tom reivindicar a titularidade do nome, quem teria coragem de fazê-lo quando o dono do nome era o brutamonte? Então voltemos ao Jr, esse era o beberrão. Começou beber tarde, é bem verdade. Eu até então, era o beberrão, mas passei o rótulo para ele. Não que eu tivesse parado de beber, ou diminuído os porres, mas ele já era o segundo da turma em seu próprio nome. Fiz uma caridade de cristão que nunca fui. Então, desde muito cedo, éramos quatro amigos e eu. Os quatro estudavam juntos e eu em outra escola.

Enfim vamos falar do Warley. Mas quem é Warley? Este é outro amigo que estudava na mesma escola que eu. É de um nome desses que o Jr. precisava, um nome tão incomum que parece inventado pelo autor, mas Warley era real.

Warley e eu nos odiamos no momento em que nos vimos. Curioso é que todas as minhas grandes amizades começou através do ódio, mas éramos jovens, nem ódio tínhamos. Era como na política, pois éramos oposição e situação, partidos diferentes - o que quero dizer é que tínhamos idades diferentes, ele aparentava velho, muito velho perto dos outros alunos - mas políticos são inimigos até encontrarem um bom motivo para tornar-se amigos.

Eu e o Warley que já era calvo naquela época, por algum motivo descobrimos que seria melhor sermos amigos. O motivo dele eu não sei, o meu motivo era porque ficava impossível odiar um cara que mais parecia meu tio de tão velho. Bem como é mais difícil odiar os senhores de cabeça de neve, aqueles com cabelos grisalhos, talvez porque lembre natal e comercial da Coca-Cola, só sei que é difícil.

Na verdade, quando mais jovem, era bem mais fácil odiar qualquer pessoa, qualquer coisa, ou música. Éramos cheios de inimigos. Porém, quando jovem, tudo é passageiro. Tudo é de supetão. Você odeia hoje, ama amanhã e depois nem se lembra mais. Com garotas era assim também.
Num dia eu jurava amor eterno com tanta convicção que convencia até eu mesmo. Não passava da mais pura verdade. Eu amava, mesmo. Só que ao acordar e ver os desenhos animados na TV antes do café da manhã o tal amor acabava.

Claro que um amor, naquela época, só acabava para começar outro.
Cheguei a amar três garotas numa semana. Mais volúvel impossível. Mas quem ligava? Eu era jovem e o que dizem dos jovens é que se tem a vida toda pela frente. Exceto os fracassados. Esses têm a vida de todo mundo pela frente, menos a própria.

Existiam já naquela época jovens fracassados. Alguns cresceram e venceram, outros não. Outros fracassaram mais tardiamente, depois de envelhecer. Viver nunca é fácil. Ninguém ensina, muito menos a vida.

Aí você só nota quando encontra os fracassados pós-vencedores e os vencedores pós-fracassados. Em ambas as situações você pensa; poderia ser eu. Ou não.


Bento.


-

segunda-feira, 22 de abril de 2013

O SUICÍDIO PALMEIRENSE

-


Homero era só desespero. Num quarto de hotel barato ele bebia no gargalo de uma garrafa de vodca barata. Na escrivaninha havia uma pistola carregada que serviria para tirar sua vida após terminar seu drink e o cigarro que fumava. Entre um trago e outro ele teve uma visão que o deixou confuso. Não se sabia se aquilo que via era real ou seria a vodca fazendo efeito em seu cérebro. Porém ele viu um anjo, um ser luminoso e cheio de graça entrar pela janela do hotel e aproximar-se. Após estar bem próximo ele reconheceu a face de Deus o olhando com carinho e afeto.

 - Você é Deus? Ele perguntou.

 - Não homem. Sou Miguel, o arcanjo. Nosso Pai me enviou e sei que existe outro caminho para seu sofrimento. Não tire a vida que o Senhor te deu. O anjo falava e Homero arrepiava-se não se sabe se por medo ou emoção.

 - Mas Miguel, eu perdi tudo. Família, amigos, dinheiro. Não tenho nada, nem ninguém. Ainda mais desesperado Homero agora chorava copiosamente.

 - Você acredita em Deus homem? O Arcanjo perguntou.

 - Sim Miguel. Acredito. Acredito.

 - Então tudo na sua vida rumará para o caminho da felicidade. Tenha fé. Jogue fora essas drogas do Demônio.

Meio descrente Homero perguntou se teria sua família de volta e o anjo respondeu que sim.

 - E meus amigos? O anjo respondeu que sim. Perguntou se teria seu dinheiro de volta e o anjo também respondeu que sim.

Então uma esperança divina tomou conta do quarto de hotel e Homero buscou o lixo e começou jogar as drogas fora. Primeiro os cigarros. Depois o isqueiro. Jogou também a garrafa de vodca. Por fim, tomou o revólver. Pegou na mão, olhou para o anjo e perguntou:

 - Vamos filho, jogue a arma fora.

 - Vou jogar Miguel, vou jogar... Mas antes me diga uma coisa. E o Palmeiras?

 - O que tem o Palmeiras homem de Deus?

 - Ele será grande de novo?

 - O Palmeiras?

 - Isso Miguel. Uma das coisas que me fizeram ter vontade de me matar é a situação do meu time. Homero tinha fé que teria uma resposta positiva do anjo também sobre seu time do coração.

 - O Palmeiras? O anjo perguntou tentando achar uma resposta viável.

 - Isso Miguel. Isso. O Palmeiras! E então?
Homero já demonstrava impaciência. Até que o anjo finalmente respondeu gesticulando a ação para que o homem soubesse como fazer.

 - Ora homem. É melhor mirar na boca, pois na têmpora corre o risco da bala alojar-se no cérebro e não funcionar. Assim partiu o anjo.



Bento.

domingo, 14 de abril de 2013

24 LATAS DE HEINEKEN

-


Eu caminho dia e noite pela rua. Não importa. Caminho e vejo loucos infinitamente mais loucos que eu e tento imaginar como seria se eu fosse mais louco ainda e meu estômago revira. Bem, talvez seja fome. Mas eu acabei de jantar, ou almoçar, ou tomar o café da manhã no bar e isso tudo ainda não significa nada. Só que o meu estômago revira, logo, não é fome e eu não sei o que é. Eu me alimento. Eu como e como e quanto mais eu como mais afrouxam minhas calças. Cada vez que a comida entra tenho de fazer um furo novo no cinto e então eu desisto. O trigo, o lúpulo, a cevada... Tudo isso será suficiente para me manter caminhando e aprendendo com os loucos.

Finalmente sento-me na cadeira do lado de fora do bar e chamo a atenção do garçom e este também é mais louco do que eu. Estou sentado e em minha mesa tem mais quatro ou cinco cadeiras e todos que se sentam nelas são mais loucos do que eu. Cada um com suas loucuras e demônios. Todos mais loucos.

Meus olhos miram as bocas dos loucos falantes, depois uma bunda passante. Mira um outro louco que encosta pedindo moedas e eu digo: moedas não tenho, se quiser um copo sirva-se. Ele rejeita, pois, é mais louco que eu. Contínuo a mirar meus olhos nos loucos falantes e sorrio de uma piada maldosa. E outra e depois outra e estamos todos alegres com montes de garrafas vazias em cima da mesa. Falamos cada vez mais alto, rimos cada vez mais alto e todos dão uma pausa de frações de segundos nas risadas e piadas para olhar mais uma bunda passante. Desta vez não era só uma bunda, junto havia um belo rosto. Todos suspiram e alguém rompe o silêncio momentâneo para mais uma piada. Ora, somos homens.

Pego o isqueiro, abro o isqueiro, acendo um cigarro, fecho o isqueiro, volto a abri-lo e a fecha-lo mais algumas vezes. A lua segue seu ciclo, as bundas passantes seguem seu ciclo, alguém na mesa cede a tentação de falar de trabalho e nós logo o censuramos. Somos homens, loucos, com sonhos frustrados e falamos sobre isso. Falamos também sobre os sonhos e fortunas que torcemos adquirir. Em certo momento já trocamos quase todo o sangue de nossas veias por álcool, o garçom continua seu trabalho visando também a fortuna que deseja adquirir, porém, não com nossa caixinha, pois, esta é nula.

Cada louco com a sua loucura e minha ideia de fortuna raramente é igual a ideia de fortuna dos outros à mesa. Na verdade todos nós odiamos o fato de acordar cedo e ter de trabalhar para imbecis mais loucos e incompetentes que nós. Eu gosto ainda menos de trabalhar, por isso que escrevo. Minha ideia de fortuna é escrever e ganhar o suficiente para repor o estoque de cervejas, whiskys, e vodcas. Uma TV tão grande quanto meu sedentarismo e se possível uma bela vista do trânsito de São Paulo para eu sempre lembrar do quão cansativo é trabalhar. Bom, eu ainda terei de ir ao mercado para trazer as garrafas e congelados, logo, não sou tão sedentário assim.
Uma vez uma garota me disse que sou magro demais. O que eu posso dizer? Um homem só precisa de força suficiente para carregar aquilo que ele vai beber. Ou comer, ou os dois. Dia desse eu passei no mercado. Carregava 24 latas de Heineken divididas em duas sacolas. Dose latas em cada mão. Confesso que esse dia eu exagerei um pouco. Eu tinha 24 latas de cervejas e ainda tinha que fumar. No início estava indo tudo bem, mas quanto mais eu andava mais as latas ficavam pesadas. Como se elas estivessem multiplicando-se. Uma pena elas não estarem, era o peso e os braços cansados.
Eu jamais desperdiçaria latas de cervejas só por causa de uma pequena dor no braço e a vontade de fumar. O sol da tarde também não estava ajudando. Então decidi parar e descansar um pouco. Sentei na calçada, acendi o cigarro tão aguardado e abri uma lata. E depois outra e outra e no total foram quatro latas de Heineken ali, na calçada, debaixo do sol. Levantei novamente as sacolas e agora sim, estava resolvido o problema. Vinte latas eu conseguiria carregar tranquilamente. Já em casa, coloquei-as para descansar no congelador. Força só é necessária para os imbecis que não pensam. Os medíocres de imaginação. Loucos como eu nunca usam de sua força, exceto em dia de churrasco.


Bento.

-

quarta-feira, 10 de abril de 2013

NÃO PERCA SEU TEMPO PROCURANDO-SE EM MEUS PARÁGRAFOS, ESTÁ EM TODOS ELES

-


Não é que eu não te queira. Pelo amor de Deus. Sonhei anos com isso e por vezes, ainda hoje, em belas noites de mariposas de lâmpada ainda penso ser um sonho tão somente. Mas não daquelas coisas clichês e água com açúcar. Sabe que não sou disso. Sabe, pois sou como tu.
Bem, tem também toda aquela coisa de Destino e as minhas coisas acontecem sempre quando elas querem e não quando eu planejo. Isso tudo é um saco, eu acho. Medo não. Isso não me apetece. Acontece que, é só essa disparidade de abismos. Sei sei, parece complicado, porém posso explicar: Eu sou do inferno. Não, não quero dizer literalmente. Do inferno astral eu digo. Sou um poeta clandestino. Um escrevinhador de realidades infames e tenebrosas. Não sou de final feliz. Minhas letras são vomitadas com odor etílico. Transborda em mim um sentimento de romantismo pouco visto por aí, só que ninguém acredita. Não acreditam, afinal, sou um poeta das sombras, das sarjetas úmidas de urina. Das esquinas tendo como companhia as putas e cachorros famintos. Quem acreditaria que num monte de estrume pode nascer uma flor? Todos sabem que pode, mas quem acredita?
Já você é o que existe de mais indecentemente sexy e elitista. Uma combinação de pecado original com apocalipse. É toda a mistura do meu melhor, com todas as coisas que eu gostaria de ser e falhei. Você minha querida, é o pecado do Criador. Pois até Deus encheu o peito de vaidade dizendo ao Diabo: Sabe aquela ali? Eu que fiz!

Eu poderia colocar todo o meu clichê que jurei guardar para fora, guardá-lo para resumir tudo isso em “A Dama e o Vagabundo”. Só não o faço para não quebrar a promessa. Mas que dá vontade, ah isso dá. Eu poderia escrever, escrever, escrever e mesmo em minha mente criativa eu não poderia por no papel, em letras garrafais ou não. Mesmo que nos meus dias mais inspirados, o que é e o que foi aquele beijo e todos os outros que vieram. Seria infâmia de minha parte. Volto a dizer para que não me entenda mal. Isso não é desistir, apenas estou pegando o meu chapéu e indo para casa para melhorar-me de alguma forma. Moldar-me como barro para chegar, pelo menos aos seus pés. De alguma forma que eu nem sei. Mas ei de me achar em algum lugar. Não me pergunte como, nem onde. Nem eu sei. Talvez você pudesse me ajudar, pois conhece-me mais do que eu posso imaginar. Você tem todos os meus defeitos, a diferença é que em ti eles parecem tão melhores.

Eu escrevo, escrevo e sorriu. Aquele mesmo sorriso trouxa de que falei outrora. Talvez você pudesse me ajudar, só que estou eu, sendo um egoísta asqueroso só para me maltratar. Coisa que eu faço costumeiramente. Numa sandice desgraçada de tentar fazer tudo sozinho e provar qualquer coisa que eu nem vou fazer questão daqui há algum tempo. Só o que terei em mente é o objetivo mesmo. A musa de minhas letras. A inspiração dos meus contos e a aspiração de meu ego.
Por isso digo, não perca tempo procurando-se em meus parágrafos, está em todos eles.

E no alto deste meu egoísmo eu não quis perguntar sua opinião. Achei que não devia. Não quis precipitar e perder a lembrança de um último diálogo amigável. Talvez e só talvez, suponho agora como suponho a existência de deuses e E.Ts. Talvez você me afagasse e diria o quanto eu estou errado e que tudo isso é fruto de minha mente nada convencional. Minha teimosia que não deixou. Suposição ou desejo? Não sei dizer.
Então aqui estou eu com meu chapéu, meus cigarros, uma dose de algo alcoólico e amargo para dizer que vou tentar adivinhar sim. E tendendo sempre para o meu lado, claro.


Bento.

-

quinta-feira, 4 de abril de 2013

EU NÃO SEI NADA DE MATEMÁTICA, MAS SOU PERITO EM ANATOMIA

-


Eu nunca fui um bom aluno. Nunca.
Sempre fui daqueles de sentar no fundo da sala e destilar minha vaidade para as garotas. Eu queria chamar atenção e conseguia. Com isso levava algumas mentes ocas comigo. Eram idiotas imitando um tonto, ou um bando de tontos seguindo um idiota, escolha a alternativa que quiser.

Meu trabalho ali era dificultar ao máximo o trabalho dos professores e nisso eu tinha grande sucesso. Não que eu fizesse questão disso, eu era um cara, só um cara e não fazia questão de nada. Só de confundir as cabeças já muito confusas dos outros alunos. Tão confusos quanto eu.
Digo que se houvesse justiça no mundo eu teria me tornado professor, só para sentir na pele tudo o que causei aos mestres.
Eu era um desserviço a educação calamitosa das escolas públicas. Se alguém na administração das escolas pelas quais passei tivesse um pingo de juízo eu sequer teria terminado os estudos. Faça-se justiça que eles até tentaram expelir o grande mal que eu era expulsando-me duas ou três vezes, porém, não se alcançou grande resultado quando eu, expulso, poderia entrar em qualquer outra escola que quisesse. Logo, como uma praga (todos os meus professores concordariam com isso) eu seguia confundindo e aniquilando algumas promessas estudantis por onde passava.

Eu falava fácil, com a voz mansa. Usava palavras difíceis apenas para passar a imagem que sabia do que estava falando, mas não sabia. Era um argumentador. Levava a história do Brasil e do mundo sempre para o lado pessoal e invertia os fatos. Os alunos entendiam, os professores tentavam entender como poderia sair tanta bobagem de uma mente tão jovem.

Tinha mania "do contra". Fazia discursos inflamados como os ditadores que eu ainda nem conhecia. Os professores diziam que eu era uma mente brilhante desperdiçada. Nunca me achei inteligente. Achava-me um bom ator, um fingidor, eu diria. Enganava bem, bem até demais. Sempre disse que não importa o tamanho do absurdo que você conta, O que importa é a segurança com a qual você conta. Mas nunca, nunca me achei inteligente. O que eu tinha demais para a minha idade era esperteza e atrevimento. Uma combinação que usava para o mal. Um talento nato para humilhar os meus colegas de sala. Tudo isso muito antes de o Bulling existir. Se já existisse eu estaria nos cartazes de prevenção. A minha foto estampada com uma cara de culpado confesso. Eu poderia ser crucificado em praça pública. Decapitado e esta pendurada nos portões da escola como exemplo. Duvido que nenhum professor tenha se sentido tentado a fazê-lo.

Eu era um carrasco de CDFs. Tornei-me um fomentador de intrigas femininas. Acabei com relacionamentos bonitinhos, típicos de filmes adolescentes de Hollywood. Destruí autoestima de garotos roubando-lhe garotas e aniquilei a vaidade das garotas chutando-as logo após.

Então, você que já deve me odiar pelo que leu até aqui e por fazer perder seu tempo, deve estar se perguntando onde é que eu quero chegar com essa confissão de adolescente maldito. Eu respondo que não sei. Mas se consegui deixar bem claro que era eu um péssimo aluno e a última coisa que eu fazia na escola era estudar então cheguei ao meu objetivo. Uma matéria em particular sempre foi o meu purgatório, a matemática. Esta sim era minha intenção. Para então, poder dizer que depois de velho, descobri que no mundo real, na vida em questão, nesta matemática, menos é mais. A multiplicação apesar de encher os olhos, engana. Somar vaginas e bocas com o intuito de chegar a algum lugar é de um erro tão grande que nenhuma prova Real pode resolver. E que algumas relações só podem dar certo quando existem dois números na casa da divisão. Um mais um só é dois quando estamos dispostos a subtrair coisas de que gostamos para agradar o próximo. Volto a falar da multiplicação para chegar a números assustadores de nomes, telefones, tickets de motéis, pernas que se abrem, pernas que se cruzam. Inúmeros casos e narizes que irritam-se a tocar seu abdome. Soma-se tudo isso as mordidas em seu órgão sexual e o cansaço dele de trabalhar tanto em tão pouco tempo a ponto de você achar que não dará conta, que pode ser que tenha que passar por um constrangimento. Pegue a calculara para não errar na conta e o saldo será sempre negativo. Perdeu-se mais que ganhou. Está no vermelho, pois, menos é mais. Todo mundo deveria saber disso. Porém, o único que se saia mal em matemática era eu.


Bento.

-