quarta-feira, 31 de julho de 2013

QUEM NÃO RECONHECE UMA JANELA NÃO PODE RECLAMAR DO CHEIRO DE MOFO POR FALTA DE SOL

-

Ainda bem que passamos anos em aulas de escrita, pois se tivéssemos que falar sobre o engenho de janelas estaríamos fadados ao ostracismo. Eu pouco sei, você se mostra saber menos ainda.

Isso foi um devaneio qualquer que teimava em latejar em minha cabeça enquanto esvaziava algumas latas de cervejas que sobrara na geladeira da festa privada que houve em meu quarto na noite anterior.

Por falar nisso, lembrei que uma vez fiquei trancado para fora, tinha perdido as chaves em algum lugar que sentei-me para beber. Nos raros momentos que não trago o bar para meu lar eu vou até Maomé como a montanha fez. Só para variar. Foi neste caso que percebi um grande problema em meu quarto. Não tem janelas. Tenho três vitrôs e nenhuma janela. Ninguém pula um vitrô. Essa é a diferença entre janelas e vitrôs. Vitrôs são como ilusões de liberdade, por eles você vê o mundo do lado de fora, mas jamais poderá desfrutá-lo através deles.

Uma janela sim. Você abre, pula, como criança fazendo arte e toma o mundo para si. Já um vitrô é como ir à praia de sapatos. Você vê a areia e o mar, mas não pode tocá-los. Entende a diferença?


E tudo bem também se está satisfeita com os diálogos quinzenais, bom, eu não. Mas se tem medo de perder o cargo de musa, fique tranquila, isso é vitalício.


Bento. 

-

Nenhum comentário: