Ainda bem que passamos
anos em aulas de escrita, pois se tivéssemos que falar sobre o engenho de
janelas estaríamos fadados ao ostracismo. Eu pouco sei, você se mostra saber
menos ainda.
Isso foi um devaneio
qualquer que teimava em latejar em minha cabeça enquanto esvaziava algumas
latas de cervejas que sobrara na geladeira da festa privada que houve em meu
quarto na noite anterior.
Por falar nisso, lembrei
que uma vez fiquei trancado para fora, tinha perdido as chaves em algum lugar
que sentei-me para beber. Nos raros momentos que não trago o bar para meu lar
eu vou até Maomé como a montanha fez. Só para variar. Foi neste caso que
percebi um grande problema em meu quarto. Não tem janelas. Tenho três vitrôs e
nenhuma janela. Ninguém pula um vitrô. Essa é a diferença entre janelas e
vitrôs. Vitrôs são como ilusões de liberdade, por eles você vê o mundo do lado
de fora, mas jamais poderá desfrutá-lo através deles.
Uma janela sim. Você
abre, pula, como criança fazendo arte e toma o mundo para si. Já um vitrô é
como ir à praia de sapatos. Você vê a areia e o mar, mas não pode tocá-los.
Entende a diferença?
E tudo bem também se
está satisfeita com os diálogos quinzenais, bom, eu não. Mas se tem medo de
perder o cargo de musa, fique tranquila, isso é vitalício.
Bento.
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